Enviada em: 10/05/2017

O surgimento de bactérias superpotentes não é o única consequência da prática da automedicação, mas é uma das mais graves. Na última década a mídia noticiou maciçamente doenças que não tem cura medicamentosa por falta de antibióticos. Com isso surge a necessidade de debater sobre o tema pois as superbactérias estão aumentando seja pelo uso indiscriminado de medicamentos, seja pela lenta mudança na mentalidade social.     Em primeiro lugar, é importante destacar que a crise da Saúde Pública contribui para o uso de medicamentos sem prescrição. Quando o indivíduo doente procura auxílio médico e não encontra em tempo hábil ele necessita tomar alguma medida imediata para melhorar os sintomas, neste momento o uso chás, ervas e medicamentos que ficaram guardados em casa serão consumidos. Além disso, mesmo que a pessoa consiga atendimento de saúde e o médico não prescreve nenhum antibiótico, ela muitas vezes recorre ao medicamento que seu vizinho ofereceu e que o fez melhorar.      Ainda, é interessante analisar que o uso de antibióticos é feito em todos os níveis da cadeia alimentar, na agricultura, pecuária, piscicultura, avícola e todos eles chegarão ao homem que é o consumidor final. O uso irregular de medicamentos nesses animais também existem, o que aumenta os casos de resistência e a fiscalização é mais difícil de ser realizada.       Fica evidente, portanto, que medidas são necessárias para resolver este impasse. Para Paulo Freire "A educação muda as pessoas e as pessoas mudam o mundo". Por isso, o Ministério da Saúde juntamente com o Ministério da Educação devem formular palestras para serem ministradas nas escolas pelos professores e em postos de saúde pelos profissionais de saúde orientando a população sobre os efeitos deletérios para a sociedade do uso de antibióticos de forma irregular. Ainda, a Anvisa deve regulamentar a venda fracionada de medicamentos para que o paciente adquira apenas a quantidade necessária para o uso e não facilite a estocagem de sobras e induza a automedicação.