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Enviada em: 17/06/2017

A descoberta da penicilina por Alexander Fleming, em 1928, gerou uma evolução no que se referia ao tratamento de patologias, já que qualquer doença proveniente de bactérias era inatingível antes disso. O antibiótico tem como função inibir a construção da parede celular bacteriana, causando sua morte celular. O uso indiscriminado desses medicamentos, remédio ou doses errados, gera a imunização do patógeno, assim, além de sobreviver, ele fica mais forte.       Foram os árabes que criaram a instituição que hoje chamamos de hospital. Antes disso, a cura possuía critérios mais caseiros e milagrosos, então o sentimento de dominá-la encontrava-se em qualquer um que acreditasse em chás ou deuses. Hoje, a automedicação segue o preceito de conhecimento de todos, mesmo que não se tenha estudado os princípios ativos de cada medicamento ou até mesmo examinado o tipo de doença que se alastrou pelo enfermo. Ratifica-se isso nos dados da Fundação Oswaldo Cruz, que alertam que cerca de 85 mil brasileiros sofrem intoxicação por superdosagem, das quais 90% sofrem óbito. Além disso, o acesso a saúde pública nem sempre é fácil, podendo demorar semanas para ser atendido, o paciente procura meios independentes de encontrar a cura, como a internet, onde erroneamente encontrará um prognóstico que, na maioria dos casos, não será o mais adequado para seu patógeno.       A evolução darwiniana cita que "o mais apto sobrevive", logo, a busca desses patógenos é a superação das falhas das quais se aproveitam esses medicamentos. É então, natural que gradualmente, aminoácidos vão se reorganizando nas proteínas e ácidos nucleicos bacterianos para encontrar essa melhor adaptação. Porém, como alerta o infectologista Antonio Carlos Campos Pignatari, professor da Escola Paulista de Medicina, onde estuda as bactérias resistentes, a  culpa dessa evolução de forma acelerada é do uso sem prescrição e controle médico de antibióticos. Além disso, como temos um número reduzido desses medicamentos e o fato de que as bactérias conhecidas até agora, como advertem cientistas ingleses, resistem a pelo menos dois tipos da terapia, novas superbactérias se desenvolverão e a antibioterapia será inutilizada.       Em síntese, é dever das instituições governamentais priorizarem projetos de expansão do sistema de saúde público, como a criação de postos de atendimento em comunidades periféricas em que seja oferecido atendimento médico 24 horas por dia. Além disso, os veículos da imprensa e mídias sociais, em parceria com indústrias de medicamentos, devem criar anúncios curtos e de fácil compreensão para alertar sobre os riscos da superdosagem, além da inviabilização do medicamento quando for verdadeiramente necessário.