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Enviada em: 11/08/2017

A automedicação é um problema de saúde pública no Brasil e no mundo. Segundo os dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 50% da população administra medicamento sem prescrição médica, e esse hábito acarreta consequências graves na saúde. Cabe, nesse aspecto, aprofundar uma análise acerca dos transtornos enfrentados em torno da automedicação, como: riscos de intoxicação medicamentosa, aumento da resistência de microrganismos e o agravo da doença. Sabe-se que esse contexto desafia em sua magnitude a sociedade brasileira, e abordar essa temática é de grande valia para os interesses da contemporaneidade. Torna-se imperante entender que, tomar medicamento por conta própria é visto como solução de alívio imediato para a manifestação da doença, porém pode desencadear processos de reação alérgica, intoxicação e até a morte. O uso irracional de medicamentos, como a classe dos antimicrobianos, ocasionou a seleção de bactérias multirresistentes à tratamentos farmacológicos, e inúmeras causas colaboraram para o aumento da resistência, como: administração de doses incorretas de antibiótico, a interrupção do tratamento antes do período preconizado pelo médico, o uso abusivo do fármaco para tratar infecções não bacterianas e a falta de farmacovigilância para o combate do uso indiscriminado desses ativos na agricultura. Diante dessa problemática, vale ressaltar que, segundo os dados da OMS as doenças bacterianas causam 25% das mortes em todo o mundo, e mais de 50% do orçamento com medicamentos são destinados a aquisição de antimicrobianos. As superbactérias não reagem a nenhuma classe de fármacos, o que compromete a eficácia dos tratamentos, e as novas cepas multirresistentes são mais virulentas, sendo assim tornam-se uma ameaça para a humanidade contemporânea. A manifestação das mesmas acarreta na piora de uma doença que antes era de fácil controle por ação dos medicamentos. Cabe nessa conjuntura, buscar viabilidades, como: a Vigilância Sanitária desenvolver ações na área da farmacovigilância para o maior rigor no controle de uso de antibióticos, e fiscalizar vendas de medicamentos sem receitas, incentivar por meio de campanhas educativas em escolas e em centros médicos o uso racional de medicamentos,em especial os antimicrobianos, com o intuito de alertar a população quanto ao risco da automedicação, o Estado proibir a influência de propagandas que incentivam ao uso abusivo de medicamentos. Sendo assim, a automedicação é um ato de irresponsabilidade que compete à todos, pois a humanidade é susceptível a contrair doenças e o uso indiscriminado de medicamentos pode fortalecer ainda mais  as características dos microrganismos.