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Enviada em: 19/09/2017

O progresso científico ao longo da história tem travado diversas batalhas com a Igreja, no que diz respeito à questões bioéticas. Apesar disso, nem mesmo esses entraves impediram o desenvolvimento de diversos medicamentos, cruciais ao combate de doenças que assolam a população. No entanto, esse progresso tem sido ameaçado pelo surgimento de superbactérias, sendo essas fruto da automedicação sem precedentes. Desta maneira, cabe refletir acerca das causas desse problema e de que modo ele se reflete na sociedade brasileira.  Em primeiro lugar, a indústria farmacêutica atrelada ao setor médico-hospitalar configura-se como um propulsor ao consumo exacerbado de medicamentos. Prova disso é o fato de que majoritariamente ao sairmos de uma consulta, haverá a indicação médica ao consumo de determinado remédio. Destarte, esse cenário se reflete como produto do velado caráter capitalista desses setores e sua negligência no que tange à saúde da população, dado que segundo a British Broadcasting Corporation (BBC) estimativas indicam que em 2050 mais de 300 mil pessoas na América Latina morrerão por resistência a antibióticos.  Em segundo plano, outro fator que contribui para a proliferação desse problema é o uso de medicamentos no gado brasileiro, tendo-se em vista a dieta alimentar brasilense que tem como cerne a carne vermelha, e o fato do país possuir o papel de um dos maiores exportadores desse artigo no mundo. Com isso, uma vez aumentada a superfície de contato entre a população mundial e as superbactérias, tem-se acelerada a reação de contaminação. Posto isto, para que o avanço científico nacional não mais seja ameaçado, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) deve mostrar-se atuante. Desta forma, ao realizar programas de conscientização difundidos pela mídia que exponham os processos pelos quais a carne passa até chegar à mesa, a população terá ciência dos antibióticos embutidos em seus alimentos e esta passará a ser uma questão de escolha. Ademais, o órgão deve fiscalizar a ação de propagandistas farmacêuticos que atuam como vendedores de remédios, que vai contra uma resolução da própria agência reguladora, obstando troca de favores entre este setor e o médico. Assim, poderá ser mantida a ordem e o progresso no combate a quaisquer patógenos que ameacem a sociedade brasileira.