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Enviada em: 07/04/2018

Em 1928, o médico e bacteriologista, Alexander Fleming, realizou a descoberta da penicilina ao notar que um tipo de fungo inibia o crescimento de bactérias presentes em feridas. Desde então, a ciência desenvolveu inúmeros antibióticos que proporcionaram tratamento para graves doenças, como a sífilis, a pneumonia e a tuberculose. Contudo, contemporaneamente a automedicação e o uso indiscriminado dessa classe de medicamentos na pecuária favorece o surgimento de superbactérias.       Segundo a Teoria da Evolução, proposta por Charles Darwin, quando ocorrem mudanças ambientais os seres vivos tentam se adaptar e por meio de uma seleção natural apenas os mais aptos sobrevivem e geram descendentes. Desse modo, os microrganismos procariontes são selecionados por antibióticos que eliminam as bactérias menos resistentes, enquanto, as mais resilientes sobrevivem e compartilham seus genes, por meio da conjugação ou da transformação, assim,  esse processo ao longo do tempo proporciona o surgimento das superbactérias. Todavia, a automedicação acelera esse processo, pois à medida que as bactérias entram em contato com as substâncias químicas presentes nos medicamentos elas desenvolvem maior resistência aos remédios.        De acordo com a Organização Mundial da Saúde 70% dos antibióticos são utilizados na pecuária. Esse uso de medicamentos na criação de animais ocorre, porque, os bois, os porcos e as galinhas vivem em abatedouros que possuem péssimas condições de higiene, nos quais os criadores aplicam  remédios em seus animais para evitar que esses contraiam doenças bacterianas. Assim, ao consumir a carne desses animais os fragmentos de DNA das bactérias mortas durante o preparo dos alimentos podem ser absorvidos por bactérias que habitam nosso corpo e por meio do processo de transformação adquirir genes resistentes aos antibióticos. Desse modo, se essa pessoa adquirir uma doença bacteriana terá dificuldade para tratá-la, pois seu organismo possui genes de bactérias resistentes.         Logo, a agropecuária e a automedicação são os principais fatores para a expansão das superbactérias. Por isso, o Conselho Federal de Medicina deve orientar os médicos a receitarem os antibióticos mais fortes somente em último caso, bem como recomendar a compra de caixas de medicamentos com o número de comprimidos exatos a serem ingeridos durante o tratamento, de modo que não sobre nenhum comprimido e seja evitada a automedicação. Por outro lado, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e a Vigilância Sanitária devem promover a fiscalização e o fechamento dos abatedouros e criadouros que possuam condições inadequadas de higiene, pois essa medida certamente irá reduzir a comercialização e consequentemente o consumo de alimentos que possuem bactérias resistentes.