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Enviada em: 08/05/2018

Segundo Foucault, existe uma dificuldade em construir uma "ética do eu" em nossos dias, devido ao culto exacerbado ao corpo e pela exaltação das imagens pessoais como propagandas, que podem levar ao prazer. Nesse sentido, a persistência dessas práticas no século XXI, foi acentuada com o advento da tecnologia, principalmente das redes sociais, como manutenção à vida em sociedade.Desse modo, a exibição excessiva dos indivíduos e de suas rotinas configura um dos grandes estigmas que as nações enfrentam, processo que se explica por fatores culturais, sociais e até mesmo econômicos.             A priori, após a Terceira  Revolução Industrial, a tecnologia está intrinsecamente ligada ao cotidiano dos indivíduos, ou seja, estes são dependentes daquela. Assim, as pessoas entram nas redes sociais procurando pensamentos semelhantes: em diversos países, por exemplo, o debate acerca das posições políticas define o grupo de amigos a acarreta discursos de ódios contra opiniões contrárias. Além disso, a não participação em redes sociais leva à exclusão do indivíduos pela sociedade, por isso, esses acabam sofrendo grande pressão social e aderindo às tecnologias, mesmo que não saibam utilizá-las ou simplesmente não queiram.                                                                                                           Há de se saber, ainda, que existe uma interrelação entre a superexposição nas redes e o capitalismo, essa fica explicíta no momento que, procurando coibir a analíse de informações e buscando maior privacidade, os funcionários de uma empresa, parentes e até mesmo artistas, são obrigados, por pressão do sistema, a criarem perfis falsos que auxiliam na manutenção de sua integridade pessoal. Sob essa conjuntura, Machado de Assis, cujas obras frequentemente expõem a fronteira entre essência e aparência dos indivíduos, analisa o que parece ser um dos grandes paradoxos da contemporaneidade. Quando o cuidado com a construção de perfis em redes sociais se sobrepõe à verdade dos fatos que se pretende camuflar, surge um cidadão refem de sua própia mentira.De fato, isso também corrobora com o aumento das "fake news" na atualidade, uma vez que, os perfis anônimos e falsos são cada vez mais comuns.                                                                                      Convém, portanto, que as prefeituras, por meio da arrecadação do imposto de renda, promova, com o auxílio de profissionais de dança e Educação Física, feiras em parques e locais públicos, cujo objetivo seja maior interação social. Ademias, à mídia, cabe coibir o trânsito de informações falsas e estimular, com cartazes nos transportes públicos e propapagandas no horário nobre, a volta ao "mundo real", no qual a superexposição não é um problema.