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Enviada em: 28/09/2018

A recente revolução tecnológica tem como marcante característica o advento das redes sociais - importantes ferramentas na contemporaneidade para a obtenção de conhecimento. Entretanto, esses aplicativos são, muitas vezes, um aparato facilitador da superexposição, que pode ocorrer com ou sem o consentimento da vítima. Esse fato cria, consequentemente, uma ausência de divisão entre a vida pública e a privada, de forma que se torna necessária a ação conjunta entre a sociedade e o setor midiático, com o intuito de ponderar quais conteúdos são adequados no meio virtual.     Nesse contexto, evoluiu-se, durante o séculos, a velocidade da propagação de informações, as quais demoravam meses no período colonial para serem transmitidas entre continentes e, atualmente, percorrem milhares de quilômetros em milissegundos. Isso, ainda que crucial para o moderno estilo de vida, permite que notícias, imagens e vídeos sejam, de maneira indesejada, rapidamente compartilhados em grande escala. Exemplo disso é a frequente ação de "papparazzis", que expõem aspectos íntimos de celebridades, ocasionando prováveis prejuízos ao convívio pessoal dessas. Evidencia-se, assim, o resultado negativo decorrente da publicação não autorizada de conteúdos privados, que geram a superexposição.      Outrossim, psicólogos estudiosos do comportamento humano caracterizam pessoas que sentem a necessidade de postar grande parte de seus cotidianos como pertencentes à "cultura da rede social". Essa, presente em altas proporções em sites como o "Facebook" e o "Instagram", demonstra a não distinção entre os elementos intrínsecos da intimidade e os de conhecimento comum, o que se agrava quando há uma maior preocupação em satisfazer os padrões virtuais quanto a aproveitar convivências e acontecimentos alheios à tecnologia. Sendo assim, isso é consequência direta do vício que, segundo o filósofo Aristóteles, é todo desbalanceamento entre a falta e o excesso. Nota-se, logo, que a exposição exagerada é extremamente nociva às relações interpessoais - podendo ser prejudicadas ou negligenciadas.      As redes sociais são um meio que propicia a violação da privacidade. A fim de adequar as publicações para patamares que não transgridam o direito constitucional supracitado, é preciso que a mídia aumente a vigilância em páginas formadoras de opinião, por maio da aplicação de punições - como o bloqueio prolongado da rede - aos propagadores de notícias inadequadas. Tal atitude, somada à consciência civil em relação à não postagem e compartilhamento de questões particulares, é capaz de sanar o recorrente problema da superexposição virtual.