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Enviada em: 16/10/2018

O Determinismo é uma teoria filosófica, a qual afirma que todo acontecimento é explicado pela relação de causalidade, interferindo assim na liberdade do ser humano. No contexto pós-moderno, a internet pode ser considerada uma ação determinista, uma vez que influencia o comportamento virtual dos indivíduos para assim, integrar-se socialmente no mundo concreto. Dessa maneira, a superexposição nas redes sociais torna-se uma atividade constante entre os usuários. Destarte, a distinção entre uma esfera de vida privada e uma esfera de vida pública é comprometida e, por conseguinte, acarreta perigos na relação social dos indivíduos, que estão expostos a qualquer tipo de pré-julgamento popular.   Nesse âmbito, infere-se que o engajamento social dos indivíduos depende, diretamente, do engajamento virtual. Para ilustrar, no episódio "Queda livre", a série Black Mirror propõe uma reflexão sobre a geração dos nativos digitais, a qual avalia um indivíduo pelo perfil de um aplicativo e assim, uma avaliação é atribuída, juntamente, com a definição de sua personalidade, interferindo ainda, na hierarquia social e nas áreas de desenvolvimento, como mercado de trabalho, relacionamentos e na aquisição de bens. Apesar da série retratar uma sociedade fictícia, na esfera popular contemporânea, empresas já utilizam o perfil virtual do candidato à vaga como parte do processo seletivo devido a superexposição dos usuários. Estes costumam compartilhar suas ideologias, localidades, seus familiares e amigos, que também expõem-se em tais redes, criando assim, um ciclo vicioso.   Em decorrência disso, o exponencial aumento dos riscos de crimes virtuais devem-se a vulnerabilidade dos indivíduos através do conteúdo exposto pelos próprios usuários. De acordo com a ONG SaferNet, 42 milhões de brasileiros foram vítimas de crimes digitais em 2016, dentre eles o ciberbullying e a exposição íntima foram os mais registrados. Outrossim, a permissão do anonimato, por meio de perfis falsos, nas redes sociais torna-se um fator consequente do aumento dos riscos de cibercrime, visto que o acesso amplo à informação entre os usuários é desproporcional e contrário ao objetivo comum das redes de relacionamento: a integração social.        Diante dos problemas apresentados a cerca da superexposição dos usuários nas redes sociais, consta-se que a cautela no uso dos meios de comunicação virtual é necessário a fim de inibir a vulnerabilidade dos utentes. Para isso, cabe aos donos administrativos de tais redes, como Facebook e Instagram, fiscalizar e impedir a criação de perfis falsos por meio da implementação de um sistema de verificação de atividades suspeitas. Ainda mais, a divulgação de campanhas que alertam sobre riscos de superexposição digital seria um fator contribuinte para garantir a incorporação social.