Materiais:
Enviada em: 13/05/2019

No contexto das Grandes Navegações, período no qual as potências européias incentivaram a expansão marítima, foi visível um aumento do fluxo informacional que, ao longo de mais de meio milênio, culminou no advento da internet. Entretanto, assim como há 600 anos, houveram disputas por zonas de influência, as redes sociais são vistas como áreas de batalha por visibilidade, com seus usuários fazendo tudo para conquistá-la. Dessa forma, torna-se evidente a problemática da superexposição, responsável por expor e impor padrões, além de ser capaz de propagar o bullying.         Diante dessa conjuntura, em primeira análise, é perceptível que a internet propicia a divulgação de esteriótipos e modelos, devido à alta exposição. Essa questão é explicada com base no Fato Social de Durkheim, que indica a existência de normas de comportamento na sociedade. Assim, portanto, o homem é regido por padrões que restringem sua liberdade, e as redes sociais ajudam a propagá-los. Tal situação pode ser vista no episódio Nosedive, da seríe britânica Black Mirror, do serviço de streaming Netflix, na qual a protagonista, assim como toda a civilização, e controlada pela classificação que recebe em certa rede social, que pode impedir a realização de diversas funções. De maneira análoga, o modelo da perfeição exposto nas redes sociais influencia o comportamento da sociedade, que busca adequação, sendo danoso à heterogeneidade social. Desse modo, é indubitável que o meio digital impõe padrôes, que são propagados em maior escala em uma sociedade viciada com a autoexposição, o que é problemático à pluralidade humana.        Ademais, a capacidade de se manter anônimo na internet intensifica o bullying existente no meio. Isso é reflexo do aumento exponencial da capacidade de transmissão informacional, que propiciou a difusão de preconceitos, por proporcionar maior alcance a tal discriminação. O ciberbullying já é notado como uma vertente do bullying convencional, mais poderosa e destrutiva, pois se constrói com base na perfeição exposta na internet, impossível de ser alcançada pela maioria. O disfarce da identidade reduz a capacidade de rastrear o autor do preconceito, que aumenta o teor de suas agressões, por conta da impunidade. Logo, é claro que o exposição digital aumenta a atuação do bullying.       Dessarte, devido ao supracitado, torna-se visível a necessidade de medidas para controlar a superexposição nas redes sociais. Portanto, cabe aos desenvolvedores de sistemas, por meio de aplicativos, restringir o tempo de uso de redes sociais, com cronômetros e limtes, com intuito de, à longo prazo, diminuir o vício e a exposição praticada nelas, coibindo, então, a propagação de padrões de beleza e bullying. Com isso, portanto, será possível transformar o meio digital em algo mais justo e seguro para todos.