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Enviada em: 23/05/2019

Ser é publicar      De acordo com René Descartes, a única coisa que não é passível de dúvida, é a própria dúvida e, por sua vez, o próprio pensamento. Portanto, se o indivíduo é um ser pensante, então ele é um ser, isso é, algo que existe, daí surgiu o famoso cogito: “penso, logo existo”. Todavia, atualmente, a existência de alguém não é reafirmada pela sua capacidade de pensar e sim, pela sua exposição nas redes sociais, ou seja, ele só existe, enquanto se expõe na internet. Como reflexo disso, hoje em dia, os indivíduos se superexpõem nas redes sociais, o que pode ser um grande risco para essas pessoas.      Segundo o Facebook, cada um dos 2,13 bilhões de usuários posta em média duas publicações por dia, sendo que a maior parte delas é de cunho pessoal – viagens e fotos de família, pessoais e do trabalho. Para o historiador Leandro Karnal, essa superexposição nas redes sociais é uma tentativa de criar uma aparência feliz para os outros, escondendo os defeitos e imperfeições que estão por trás. Desse modo, os indivíduos acabam criando máscaras para os seus problemas, que podem refletir em angústias, desgastes emocionais e, até mesmo, em problemas psíquicos, como depressão e ansiedade.     Além disso, usuários que se superexpõem correm sérios riscos, como: uso de dados pessoais e rastreamento. Este está relacionado com uma ferramenta do Google que permite, mesmo com a localização desligada, rastrear os usuários e, inclusive, criar históricos de localização, mostrando a rotina da pessoa. Dessa maneira, os usuários, até mesmo, crianças e jovens, ficam expostos à sequestros, roubos e outros tipos de crimes que ameaçam a vida delas. Enquanto, aquele risco se refere ao uso de dados pessoais, principalmente, bancários por criminosos que os utilizam em vantagem própria. A título de exemplo, tem-se o caso do Banco do Brasil, no qual suspeitos usam o CPF de vítimas para criar contas fáceis que servem de "caixa" de crimes, como os falsos sequestros.      Infere-se, portanto, que a superexposição nas redes sociais resulta em sérios problemas, que podem ser fatais. Para reverter isso, as Secretarias de Segurança Pública e Defesa Social precisam criar, em escolas, universidades e centros comunitários, campanhas de conscientização sobre a segurança de informação pessoal na internet e os riscos da superexeposição nas redes sociais. Assim, com maiores informações a respeito, diminuir-se-á a exposição de dados nas redes e, consequentemente, os seus riscos.