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Enviada em: 16/05/2017

Narcisos do Facebook      É de conhecimento público que cresce exponencialmente o leque de opções de aplicativos e redes sociais que, a despeito das particularidades que as distingue, possuem um obetivo em comum: manter o usuário sempre conectado. Como parte desse processo, surgem algumas consequências nem sempre salutares, das quais a superexposição apresenta os sintomas mais alarmantes e dignos de genuína preocupação.      Para além das incríveis possibilidades de interação, é inegável que as redes sociais também puseram em relevo a evidente onda de autofetichismo que acomete incontáveis jovens na contemporaneidade. Duturpando experiências e mascarando a realidade, muitos, como Narciso do mito grego, sucumbem perante o culto obssessivo da própria imagem.    Como se não bastasse, também há aqueles que se dedicam exclusivamente à divulgação ineterrupta da vida alheia. Se, por um lado, não se pode negar que o advento das redes sociais proporcionou a divulgação massiva de acontecimentos de interesse público e, com ela, maior transparência dos fatos de toda ordem, é de se atentar ao notório - e muitas vezes estimulado - desrespeito ao inviolável princípio da privacidade.      Nesse sentido, espera-se que os administradores das mais diversas redes sociais, cientes da atual conjuntura e de seu papel na comunidade, desenvolvam métodos eficazes em coibir os excessos da superexposição crescente, propondo alternativas de uso e moderando situações de transgressão efetiva. Por fim, o poder público tem o dever de implementar campanhas educativas que visem fomentar, especialmente entre crianças e adolescentes, o debate acerca de hábitos tão nocivos, tanto ao indivíduo quanto ao corpo social em sua totalidade.