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Enviada em: 26/09/2017

"O fato social leva o indivíduo a agir e se adaptar de acordo com a sociedade no qual ele está inserido". O pensamento do sociólogo Émile Durkheim mostra como a tendência tecnológica influencia na vida das pessoas. Diante disso, é possível afirmar que o uso excessivo das redes sociais resulta no fenômeno virtual e social da superexposição. Nesse contexto, é preciso refletir sobre os motivos de tanta exposição e as consequências para com os brasileiros hodiernamente.          "A priori", cabe pontuar que, para a psicóloga Katty Zúñiga, um dos fomentadores deste fenômeno é o desejo de cada cidadão de se sentir reconhecido e de ser importante para o outro. Isso ocorre com a excessiva exposição do universo pessoal -fotos e vídeos- de milhões de pessoas em suas contas sociais, uma vez que estes cidadãos se sentem com a necessidade de postar suas informações ao público constantemente. Diante disso, analogamente ao Mito da Caverna proposto pelo filósofo Platão - o ser humano está acorrentado ao mundo sensível-, é possível perceber que muitos indivíduos estão presos ao ciberespaço: tudo que fazem é compartilhado em sites, tal como o twitter e o Facebook. Dessa forma, é necessária a participação da família, principalmente na vida juvenil, para colocar limites à exposição virtual.           Ademais, convém frisar que o indivíduo que mostra sua vida dessa forma, fica sujeito a diversos efeitos decorrentes dessa exibição. Analogamente à lei newtoniana -"Para toda ação, há uma reação"-, é possível afirmar que a exposição exacerbada de informações na internet tende a aumentar a ocorrência de crimes. Isso se deve ao fato de que a vulnerabilidade dos indivíduos corrobora na ação de ladrões e sequestradores, os quais usam a internet para localizar as vítimas e facilitar o crime. Além disso, o fenômeno da superexposição virtual gera transtornos psicológicos devido à má intenção de algumas pessoas que visualizam as postagens e utilizam-nas como forma de entretenimento e piadas alheias. Diante disso, vê-se que o indivíduo cibernético pode ter a sua vida influenciada pelas ações externas decorrentes da sociedade maliciosa.            Destarte, é necessário que sejam realizadas medidas para atenuar a superexposição nas redes sociais. Para isso, é imprescindível que o governo estadual, durante as propagandas obrigatórias nos meios de comunicação, alerta à população sobre os riscos frequentes da exposição de informações nos meios virtuais, como forma de prevenir os efeitos psicológicos aos usuários. Outrossim, as escolas, apoiadas pelos pais, devem inserir, em sua grade curricular, a matéria "Ética pessoal", a qual seria responsável em conscientizar os estudantes, com vídeos e casos negativos a respeito da exacerbada exposição ao mundo cibernético. Decerto, assim, o mito platônico será desconstruído  no Brasil.