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Enviada em: 01/10/2017

Sociedade do espetáculo     Se antes, as chances de fotografar pessoas e momentos estavam restritas àqueles que possuíam a obsoleta câmera fotográfica, hoje as novas tecnologias possibilitam considerável parte da população acesso à ferramentas que oferecem os mais diversos conteúdos. No entanto, como consequência, os brasileiros têm o hábito de se expor nas redes sociais, trazendo a tona o debate acerca dos perigos e dos motivos da superexposição.    Em primeiro lugar, é notório que a sociedade vive em um momento de supervalorização do "eu". Dessa forma, parafraseando a psicóloga Ana Luiza Mano, o ser humano criou a necessidade de se expor em um grupo virtual, para que assim seja possível criar uma imagem daquilo que gostaríamos de ser. Essa situação, lamentavelmente, justifica-se devido a maleabilidade nas formas de apresentação da própria figura, como por exemplo, os inúmeros filtros que a mídia social Instagram oferece aos internautas a fim de que corrijam imperfeições em suas fotos, perpetuando assim, a persistência dessa nova forma de "publicidade".     Em segundo lugar, vale ressaltar que os indivíduos estão fazendo com que essas mídias postadas tornem-se um espetáculo, transformando comemorações particulares em grandes acontecimentos públicos. A partir disso, é preciso pensar nos malefícios que esses estão sujeitos visto que o simples ato de publicar uma informação pessoal pode desencadear uma série de riscos implícitos. Tem-se como prova disso, a publicitária Viviane Teves que depois de divulgar desabafos pessoais na rede, recebeu centenas de comentários pejorativos, fato que, infelizmente, está ligado ao crescente cyberbullying no país. Isso é preocupante, pois percebe-se que tudo que é postado na rede deixa uma espécie de rastro virtual, fator que pode comprometer a privacidade do usuário.      Entende-se, portanto, que medidas são necessárias para reverter esse quadro. Entretanto, é necessário que o Governo reforce o atendimento às vítimas que tiveram sua privacidade violada, criando delegacias especializadas, em turnos de 24 horas, para o registro de queixas. Além disso, é necessário a criação de ouvidorias online, para que os usuários fiquem atentos aos perigos que a superexposição oferece. Ademais, cabe ao MEC a implantação de fóruns, debates, palestras e discussões nas escolas e universidades, direcionadas à toda a população a respeito das formas de se evitar a exposição nas mídias sociais, como por exemplo, privar as contas onlines e deixá-las restritas aos amigos e conhecidos, para que assim, a privacidade seja uma prioridade. Assim, viveremos em uma sociedade de harmonia com o mundo virtual.