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Enviada em: 23/10/2017

Uma das grandes transformações que a Revolução Técnico-Científica trouxe para a humanidade foi o "viver conectado nas redes", o que se tornou mais eminente durante o atual século XXI. Contudo, o advento das redes sociais, além de estar produzindo relações mais superficiais, segundo a teoria da Modernidade Líquida, de Zygmunt Bauman, tem gerado uma superexposição da vida de seus usuários. Por isso, cabe uma análise das causas e dos efeitos desse comportamento a fim de que o ambiente virtual seja mais seguro e prazeroso.        Primeiramente, é válido ressaltar a ampliação da oportunidade de aproximação e de trocas permitida pela internet. Se antes esperava-se dias para se ter notícias de pessoas distantes ou horas para saber o que está acontecendo, hoje, basta ter uma conta no Facebook ou WhatsApp. Em segundos, é possível obter notícias dos atos terroristas do Estado Islâmico na Síria, comprar produtos a preços mais acessíveis em grupos de venda, reencontrar colegas de infância ou organizar uma manifestação contra o governo, como foi passeata brasileira contra o 20 centavos, em 2015. Em contrapartida, alguns indivíduos exibem, em excesso, eventos diários ou excepcionais, em um espécie de ânsia por "curtidas" e comentários, como se a vida só valesse após isso.        Nesse sentido, tal necessidade de mostrar demais o que acontece pode transparecer certa carência por atenção, ocasionando sérios riscos. Ao postar uma foto, as pessoas esperam que a maioria dos amigos virtuais reajam e interajam positivamente, a ponto do contrário lhes trazer baixa autoestima e depressão. Ou seja, essa dependência da opinião alheia demonstra insegurança e, paradoxalmente, liquidez das relações, uma vez que a amizade foi reduzida a meras "curtidas". Ademais, a inocente divulgação de determinadas informações, como o nome da escola do filho, ou a falta de monitorização e controle por parte dos pais sobre a participação das crianças nas redes sociais, pode facilitar ações de sequestradores e pedófilos, como foi o recente caso de um homem que fingia ser príncipe encantado para atrair e abusar de menores, no Rio de Janeiro.            Fica claro, portanto, que há diversos benefícios propostos pelas redes sociais, porém é preciso ter maturidade e consciência de uso para que seja, de fato, uma ferramenta de entretenimento, e não um entrelaçado de perigos. Dessa maneira, é preciso que o Governo Federal, junto às secretarias de educação e de segurança, elabore campanhas educativas que ensinem os usuários a como evitar situações de vulnerabilidade, por meio de propagandas de TV e cartazes. Também é importante que as escolas promovam, com ajuda de psicólogos, palestras aos pais e alunos para trabalhar a questão da autoestima e a independência da conexão cibernética.