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Enviada em: 17/02/2018

Como um peixe, presos em uma rede                O advento das redes sociais e o aperfeiçoamento de tecnologias cibernéticas proporcionaram o desenvolvimento da comunicação interpessoal e facilitaram o acesso às informações de desconhecidos, especialmente com o surgimento do "Orkut" e, posteriormente, do "Facebook". Entretanto, alguns indivíduos extrapolam na exposição, praticando exibicionismos descomedidos em mídias sociais e oferecendo grandes quantidades de dados, como fotos, vídeos e referências confidenciais, que maximizam a vulnerabilidade. Além de buscarem, constantemente, maneiras de enaltecimento pessoal e negligenciarem convivências reais, estão sujeitos às ações de criminosos, como sequestradores, estupradores e pedófilos.              A publicação excessiva de materiais privados em redes sociais está associada diretamente à supervalorização individual. Fotos chamativas, vídeos de situações íntimas e publicações prescindíveis são exemplos de formas almejantes de aprovação social. Segundo o historiador Leandro Karnal, o uso das redes sociais potencializa o poder do "eu", sendo que, em determinados casos, a realidade virtual se sobrepõe à real. Com isso, o indivíduo é dominado pela sua representação, tendo como principal objetivo a manutenção desse reconhecimento e, consequentemente, negligencia relacionamentos reais, como os familiares, amigáveis e amorosos.              Ademais, a superexposição em redes sociais facilita a atuação de cibercriminosos, entre eles, pedófilos, estupradores e sequestradores. A exibição, principalmente de crianças, atrai a atenção desses transgressores que, por meio de informações confidenciais apresentadas, como sobrenome, telefone, endereço e lugares frequentados, acabam cometendo delitos e proporcionando revoltas àqueles que se superexpõem e aos seus amigos e familiares. Segundo o especialista em segurança Nelson Barbosa, o Brasil possuiu 62 milhões de vítimas de crimes virtuais em 2017, sendo esses de vários tipos, como econômicos, ofensivos e invasivos.              Dado o exposto, portanto, faz-se necessário que o Ministério da Educação e as redes sociais enalteçam o tema de maneira dinâmica através de palestras, debates e documentários, para divulgarem os perigos e consequências da superexposição em mídias sociais e evitar, assim, cibercriminosos. Além disso, a Sociedade Brasileira de Psicologia (SBP) em conjunto com ONGs podem oferecer auxílios psicológicos para aqueles que mantêm hábitos de exibicionismo descomedido, por meio de consultas gratuitas online e supervisionamentos individuais que visam a supressão de costumes virtuais e o enaltecimento das convivências reais.