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Enviada em: 15/02/2018

Um grave problema social no Brasil tem sido a cultura de superexposição nas redes sociais. Esse hábito problemático de expor a si e aos outros virtualmente já é algo tão comum que o modo de vida da sociedade moderna pode ser considerada uma paráfrase da famosa frase de René Descartes, pois em vez da racionalidade ser a grande referência para a vida das pessoas, elas tem tido como lema o "Posto, logo existo", ridicularizando a muitos e expondo-se sem sequer pensar nas consequências. Segundo o pesquisador Morten Tromholt, utilizar o Facebook deixa os seus usuários mais tristes do que normalmente ficariam se não o usassem, porque aqueles que buscam incessantemente o reconhecimento social por meio de postagens excessivas, se frustram e ,até mesmo, se deprimem profundamente ao pensarem que nunca serão tão felizes quanto os que expõe sua vida supostamente impecável nas "vitrines" da internet. Essa fatídica realidade leva milhões de brasileiros a um estado mental deplorável, em que os likes são a auto-ajuda da qual muitos se tornaram dependentes. Como se não bastassem os problemas emocionais aos quais os internautas se submetem, há, também, série de perigos mortais que a exposição excessiva nas redes sociais pode ocasionar. Uma prova disso, foi o caso da miss mirim dos EUA que, por conta de tanta exibição na mídia, foi alvo de um pedófilo, que a assassinou brutalmente. Todavia, os filhos continuam sendo cada vez mais expostos, em plena rede nacional, pelos próprios pais, os quais, com imensa irresponsabilidade, colocam as crianças em ameaça só para provocarem admiração e receberem elogios nos perfis virtuais.  A mulher conhecida como "a mais feia do mundo" desabafou publicamente sobre os milhares de memes e comentários ofensivos que fazem com a sua imagem assiduamente. Esse é outro tipo de superexposição bastante comum na web, a qual, além de ferir o direito de privacidade que todo ser humano tem, massacra, também, o ego de pessoas inocentes. Logo, a comicidade e a fama nunca serão justificativas plausíveis para exibir de maneira tão covarde e desrespeitosa a vida alheia. Sendo assim, é imprescindível procurar meios para amenizar a cultura de exposição virtual exagerada. Para isso, é importante que todo o sistema que rege o funcionamento das políticas de privacidade das redes sociais, promovam campanhas, notificações automáticas e até mesmo bloqueios de dados desautorizados em variados sites com o objetivo de advertir e alertar os seus usuários sobre o perigo da pedofilia na internet, do uso inapropriado da imagem de outras pessoas e de toda a criminalidade que pode ser provocada pelo excesso de informações pessoais públicas. É indispensável, ainda, que a mídia televisiva promova ficções engajadas a fim de comover os telespectadores sobre as consequências que o mau hábito de postar exageradamente pode gerar na sociedade em geral.