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Enviada em: 18/02/2018

A superexposição nas redes sociais trata-se de uma temática recente para a sociedade. O advento da internet elevou o indivíduo de consumidor de notícias hegemônicas a produtor de conteúdos subjetivos e pessoais. Tal questão apresenta prós e contras no que se refere à expressão de si. O principal benefício é a possibilidade de historicizar a vida e publicizar essa narrativa. No entanto, como uma faca de dois gumes, esse também é o maior desafio; afinal, tamanha exposição possibilita uma gama de informações que pode ser utilizada de modo negativo.       O lugar de produtor de informações é espaço de muita criatividade, potência e expressão de si, o que significa dizer que trata-se de um benefício. Pessoas julgadas ignorantes para o mundo acadêmico ou para a mídia, conquistaram espaço para falar de questões prementes para a sociedade contemporânea. É o exemplo dos canais de vlog "Jout Jout", "Alexandrismos", "Afros e Afins", "Me poupe",dentre outros.        As mídias sociais do Facebook, YouTube, Instagram e Twitter auxiliam na promoção de ícones da internet que, antes disso, eram pessoas triviais - consideradas "sem ter o que dizer". Isso significa que houve modesta democratização na produção de conteúdos (digitais). Nesse intento, jovens  e adultos empreendem no investimento de tornarem-se "digital influencer" e frustram-se de modo corrosivo.        É o caso de Melody  (10 anos de idade) que adentrou no mundo da influência digital de modo pernicioso à sua integridade moral. Diversos veículos de imprensa veicularam, de modo leviano, o audiovisual em que Melody fazia "desafio do falsete". Na rede, o conteúdo viralizou e a criança foi idiotizada. Nesse sentido, a exposição abre oportunidades para o julgamento impiedoso de terceiros. A educação é a saída para tal impasse.       É necessário que profissionais de diversas áreas do saber especializem-se no campo das reverberações digitais para que efetuem educação digital com crianças, jovens e adultos. Nesse ínterim, o Governo Federal deve criar cursos à distância, promovendo acesso democático.