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Enviada em: 20/05/2017

A ficção científica Matrix problematiza a dominação tecnológica na mente humana, que influencia a percepção da realidade, tornando-a ilusória, artificial e programada. O enredo envolve a luta, no plano metafísico, pela autonomia e a busca de verdades. Essa necessidade de explicações da vida e de mudanças sociais ultrapassa a ficção e aplica-se à sociedade contemporânea, uma vez que as contradições e as desigualdades provocam questionamentos e instigam a defesa da democracia. Nos países em desenvolvimento, como o Brasil, a busca pela justiça através da participação social está crescente, todavia as manifestações precisam de mais ativistas reais do que virtuais.       Os avanços na área de tecnologia da informação têm modificado o estilo de vida da população em âmbito mundial, pois possibilita a realização de inúmeras atividades via internet, como compras, alimentação, trabalho, serviços e utilidades em geral. Essa informatização da vida é uma característica marcante do século XXI, fomentada pelo capitalismo e pela globalização, devido à interdependência e à velocidade demandadas nas negociações.  Nesse sentido, até mesmo as manifestações em prol de direitos sociais ocorrem pelas redes de comunicação, por meio de campanhas, petições públicas, pesquisas de opinião e abaixo-assinados em plataformas online, dentre outras estratégias.        De fato, as redes e demais mídias sociais facilitam a mobilização social, visto que os avisos são instantâneos e as notícias são facilmente disseminadas. Uma forte evidência disso foi a Primavera Árabe, que articulou grande parte da revolução por meios virtuais e obteve avanços a favor da democracia. Assim como as manifestações de junho de 2013, que inquietaram consideravelmente a sociedade brasileira, foram organizadas principalmente por essas mídias. Apesar da interdependência entre esses tipos de manifestação, a de rua ainda precisa ter mais força do que a virtual, pois é quando a população se depara com a realidade e a opressão do Estado e, consequentemente, desenvolve o senso crítico.       Portanto, cada cidadão, assim como os movimentos sociais, as ONGs e os partidos políticos engajados na luta pela concretização da democracia, determinada na Constituição Federal, mas ainda ínfima, podem explorar os recursos tecnológicos e informacionais em seus mais distintos formatos (redes sociais, jornais, rádio e outros). Desse modo, a conscientização da sociedade brasileira, marcada por tantos questionamentos e demandas sociais, a respeito do poder das manifestações populares de rua, seja em órgãos públicos, nos grandes centros, em rodovias ou outros, e a demonstração das consequências positivas das mobilizações e ocupações sociais em ambientes públicos, como ocorreu nas "diretas já", fornece a perspectiva de um país mais digno.