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Enviada em: 18/05/2017

Telégrafo. Rádio, Televisão. Embora a árvore genealógica dos meios de comunicação tenha, por muito tempo, ramificado-se na transmissão de informações de poucos para muitos, hoje, o advento da internet proporciona a conversa e a liquidez da mensagem através da personificação de uma arena de debates virtual sem limites geográficos. Com efeito, a democracia depende da capacidade de fiscalizar o poder; por isso, as mídias sociais, frutos do avanço tecnológico, ao contribuírem para o engajamento da população acerca da coisa pública, representam importantes ganhos ao arcabouço democrático.    Para o filósofo suíço Jean Jacques Rousseau, a prática da democracia direta seria inviável mesmo ao fim da idade moderna, pois o cidadão não poderia, sem prejuízo das partes, continuamente cuidar dos assuntos políticos da comunidade e do convício familiar e laboral. Contudo, a inegável competência da grande rede de computadores em reunir, organizar e disponibilizar a abissal quantidade de informação outrora dispersa e/ou de difícil acesso, tem, gradativamente, conduzido as expectativas ao sentido contrário. Nesse caminho, a jovem democracia brasileira tem sofrido os efeitos do ascendente interesse de seu povo pela política nacional, exteriorizado, em parte, em manifestações como "As jornadas de Junho de 2013" e "Manifestações pró ou contra impedimento". Esses episódios, além de representarem a construção de uma sociedade mais politizada, foram facilitados pela conveniência das redes sociais.    Conforme pesquisa do Instituto Brasileiro de Opinião e Estatística (IBOPE) a TV é o meio de comunicação preferido de 63% dos brasileiros, seguido da internet, 26%. Apesar do claro domínio, percebe-se, todavia, que a atual conjuntura de polarização do cenário político brasileiro tem encurtado a relação de dominância entre esses dois veículos comunicativos. A sucessão de temas e episódios polêmicos fez com que as grandes emissoras, que formam oligopólios, comprometessem sua imparcialidade, favorecendo o concateamento de vários setores da sociedade civil e a consequente popularização de mídias independentes, incluindo aplicativos de denúncias e páginas "teoricamente" apartidárias, municiando, assim, a população de diferentes abordagens a respeito dos acontecimentos.     Visando maximizar os incrementos que a tecnologia vem trazendo a democracia, portanto, cabe ao Ministério da Educação em parceria com o Ministério da Justiça, implementar na grade curricular das escolas, a nível de ensino médio,  um plano de aulas que, ao lecionar sobre a Constituição Federal e a importância da educação política, contribuam para o despertar do senso crítico nos alunos, instigando seus interesses sobre petições online e manifestações; Paralelamente, ONGs devem corroborar esse processo a partir da atuação em comunidades com o fito de distribuir cartilhas que informem acerca do Portal da Transparência, com o fito de equipar a população para o cuidado da máquina pública.