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Enviada em: 18/05/2017

A contemporaneidade, marcada pelo advento das novas tecnologias, aponta para a modernização das relações interpessoais por meio da inclusão digital. Diante disso, o viés democrático sofreu uma ampliação na esfera da cidadania, tendo a internet como uma emblemática ferramenta de atuação e expressão das liberdades.                     Em primeira análise, é válido ressaltar os reflexos favoráveis do ativismo na internet. A esse respeito, as redes sociais como o Facebook, por exemplo, tornam-se responsáveis pela difusão de notícias e ideologias de forma rápida e abrangente, configurando a “overdose de informações”. Nesse ponto, alude-se à variedade de informações e à quebra de traços manipuladores – característica pertinente em canais de telecomunicação. Diante desse cenário, a população virtual constrói debates críticos, posicionamentos e mobiliza-se ativamente nas ruas. Destaca-se, por exemplo, a ocorrência das manifestações de junho de 2013, oriundas do Movimento Vem Pra Rua, na esfera virtual. Outras formas de exercer a democracia pelas redes sociais apresentam-se por meio de abaixo-assinados e enquetes, como a plataforma Eu Voto.               Na esteira do processo de ascensão do ativismo virtual, analisam-se as contradições relacionadas aos casos de dessincronização entre o engajamento virtual e a atuação na realidade. Isso porque, modelados discursos propostos pelos indivíduos nas redes sociais, muitas vezes, possuem caráter efêmero e volátil, com mínima interferência no meio social. Sob a ótica virtual, conjectura-se essa prática como um “desabafo em massa” que sustenta a falácia da participação política. Conjugado a isso, pode-se relacionar a agregação de notícias erradas e distorcidas, que contribuem para os conflitos relacionados à absorção e interpretação dos fatos, tornando ilegítimo, nesse caso, o poder de transformação da internet.                     Torna-se evidente, portanto, os reflexos da tecnologia na democracia brasileira. Sendo assim, é necessário que as responsabilidades sejam compartilhadas entre os centros educacionais, políticas públicas e a sociedade. É essencial que a criação de políticas públicas em parceria com as escolas, com o objetivo de desenvolver o senso crítico dos jovens diante da realidade sociopolítica. Para isso, é ideal a orientação em busca de constantes informações, com a atuação dos professores por meio de debates críticos em salas de aulas, documentários e análise comparada de informações, buscando a validez e coerência dos fatos. Ademais, é essencial a manutenção do posicionamento dos cidadãos na internet e, sobretudo, o sincretismo entre o meio virtual e real com a participação política atuante. A articulação dessa pluralidade é a chave para agregar o poder das tecnologias à cidadania.