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Enviada em: 20/05/2017

Conforme o livro '' Rede de indignação e esperança'‘, de Manuel Castells, os recursos tecnológicos são ferramenta contundentes nos processos de angariação de massas à deflagração de revoluções e reivindicações das mazelas sociais. A '' Primavera Árabe '', uma das maiores manifestações contra os regimes ditatoriais da atualidade, cevou e propagou ideais libertários, isonômicos, democráticos e de justiça em todo o Oriente Médio, alteração que, outrora, sem os mecanismos de comunicação em massa, levaria décadas. Com efeito, um diálogo entre o Governo Federal e os novos mecanismos tecnológicos é medida que se impõe para garantir a democracia no século XXI.     Em primeiro plano, os adventos tecnológicos são ferramentas históricas e revolucionárias, que garantem a evolução política e ideológica das nações. Do século XV ao XVIII, a imprensa de Gutemberg suscitou um novo paradigma de divulgação de pensamentos políticos, sociais e filosóficos, o que corroborou com a emergência de correntes humanistas, laicas, liberais e iluministas, as quais romperam com o Antigo Regime estamental e aristocrata. É, pois, patente, no mundo moderno, a influência das redes sociais, como o Facebook, Twitter e Whatsapp, no debate, propagação de ideais políticos e aquisição informacional das ações parlamentares e executivas, o que contribui para transformar o eleitor numa entidade ativa e fiscalizadora.             De outra parte, e tecnologia não é amplamente acessível, haja vista a dimensão territorial brasileira e a aglomeração de investimentos tecnológicos nas grandes metrópoles. Segundo o filósofo Pierre Lévy, ‘’ toda nova tecnologia cria seus excluídos’’, tal processo, ao contribuir com os debates políticos em ciber-regiões, promove não só a potencialização das disparidades sociais, mas também o afastamento do s cidadãos não conectados dos seus direitos civis, reformas políticas e previdenciárias e escândalos de corrupção, possibilitando a perpetuação de partidos políticos corruptos e a alienação de grande parcela da sociedade nas regiões carentes e desintegradas.    Fica evidente, portanto, que, para garantia da ciberdemocracia efetiva no Brasil, o Governo Federal precisa integrar o país tecnologicamente e transformar a rede numa ferramenta de esperança e de voz social. Mas, para isso, o Ministério da Ciência e Tecnologia deve criar incentivos fiscais às empresas de tecnológicas e investir na distribuição de fibras óticas, tais medidas reduzirão o preço dos celulares, computadores e tabletes e promoverão a inserção das massas no âmbito cibernético. Mas também, as escolas devem criar campanhas de conscientização da sociedade local, haja vista que tais recursos devem ser considerados ferramentas cidadãs e não apenas de entretenimento. Assim, a democracia receberá um grande aliado no que tange os pressupostos de sua etimologia, o governo do povo.