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Enviada em: 13/10/2018

A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), estipulada no Governo de Getúlio Vargas, foi de suma importância no progresso dos direitos trabalhistas, haja vista seu papel fundamental em assegurar medidas básicas como jornada de 8 horas no âmbito empregatício. No entanto, nota-se na  atual política brasileira uma agravante intensão de exponenciar a reforma trabalhista, permitindo a terceirização para benefício apenas empresarial. Sendo assim, mudanças urgem nesse alarmante cenário de retrocesso.   Em primeira análise, deve-se pontuar, que com o advento do neocapitalismo, no seu apogeu pós-Guerra Fria, a busca insaciável pelo lucro propiciou as mais variadas formas da exploração da mão de obra do trabalhador. Nesse contexto, a cumplicidade entre Poder Público e setores empresariais age em prol do benefício próprio, haja vista o constante apoio estatal em ''flexibilizar'' as leis trabalhistas facilitando o lucro do empresário que muitas vezes é quem financia campanhas políticas. Fica evidente, portanto, que o único prejudicado com a terceirização é trabalhador assalariado que poderá trabalhar, desumanamente, mais de 8 horas diárias.     Além disso, vale salientar que já afirmava o sociólogo Bauman, que a modernidade líquida traz consigo a fragilidade dos laços humanos. Sob essa ótica, nota-se em uma sociedade capitalista o ciclo vicioso da acumulação de capital, logo, a exploração e o descaso com os direitos trabalhistas evidencia o retrocesso social do país em prol de poucos. Afinal, de acordo com a revista Veja, de 2015, uma vantagem da terceirização é reduzir custos burocráticos nesse âmbito, à favor de menos perdas fiscais ao empresário.     Diante dos fatos supracitados, espera-se a consonância entre União e Ministério do Trabalho, tendo em vista a garantia, mediante revogação das terceirizações, dos direitos trabalhistas previstos na CLT, no intuito de minimizar os danos aos trabalhadores acometidos pela terceirização. Ademais, é necessário que mídia, aliada aos sindicatos dos trabalhadores, divulguem campanhas nacionais informando os trabalhadores de seus direitos e da importância dos mesmos, objetivando maior conscientização.