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Enviada em: 12/10/2017

A partir do século XX, o neoliberalismo consolidou-se, disseminando a intervenção mínima do Estado na economia. Com isso, a terceirização emerge como solução universal para os problemas econômicos e estruturais do mundo moderno. Todavia, no âmbito brasileiro, a terceirização ainda é um problema. Nessa perspectiva, é necessário debater sobre a diminuição nos salários dos trabalhadores e difícil reivindicação social.    De início, é lícito inferir a redução salarial. Esse fato pode ser exemplificado, haja vista que, se uma empresa contrata outra para realizar determinado serviço e paga-lhe uma certa quantia, a segunda tende a retirar uma parcela do valor como lucro. Dessa forma, o pouco que resta é utilizado para pagar os operários terceirizados, ocorrendo uma diminuição de 24,7% nas remunerações dos mesmos, segundo uma pesquisa realizada pela DIEESE/CUT (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos/Central Única dos Trabalhadores) em 2014. Outrossim, isso acaba prejudicando os ínvidos terceirizados, fazendo com que muitas vezes tenham que optar por uma fonte de renda extra – realizando uma dupla jornada, por vezes extremamente exaustiva – para poder se sustentar, e até mesmo sustentar sua família.    Ademais, evidencia-se a dificuldade de reivindicação social. De acordo com Max Weber, a burocracia e a divisão do trabalho são utilizadas pela burguesia como forma de controle social. Assim, para manifestar insatisfações, um trabalhador enfrenta uma longa e exaustiva hierarquia, que leva o mesmo em muitos dos casos a desistir de seu questionamento. Logo, os funcionários se submetem ao poder burocrático e não questionam seus direitos, criando uma sociedade passiva e acomodada. Fica claro, portanto, que a terceirização da mão de obra impacta diretamente na exploração dos proletários e comodidade dos mesmos.    Com o objetivo de atenuar as problemáticas causadas pela terceirização das empresas, é necessário que o Governo garanta que os direitos trabalhistas sejam efetivados, através da elaboração de um projeto de lei que fiscalize os serviços terceirizados e pague salários dignos para os mesmos. Além disso, é dever dos sindicatos trabalhistas e instituições educacionais mobilizar a sociedade, por meio de palestras e aulas educativas voltados para a temática, para que a mesma não se acomode diante da burocracia e continue reivindicando suas insatisfações, a fim de terem seus direitos garantidos no presente e no futuro.