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Enviada em: 27/06/2019

O emblemático filme "Cidade de Deus" retrata a realidade de dois jovens na década de 70, no qual ambos buscam ascensão por caminhos diferente, Buscapé pela fotografia e Zé Pequeno pelo tráfico de drogas. Nesse contexto, ambos se encontram envolvidos com a violência de suas comunidades e tentam contorná-la para sobreviver. No que tange ao tráfico de drogas e violência urbana, ambas tem suas origens no processo de formação do país, no qual o racismo e a má distribuição de renda se fez presente. Ademais, a segurança pública é bastante falha, fato que intensifica a criminalidade nas cidades brasileiras.       A formação do Brasil é o fator determinante para se haver o crescimento do tráfico e da violência. Por esse ângulo, após a Guerra do Paraguai e a Lei Áurea, a população negra e mestiça, devido a falta de emprego nos grandes centros, se realocaram nas ruas e nas periferias do Rio de Janeiro. Por consequência, com a escassez de emprego, houve um aumento da mendicância e furtos, e com o aumento das periferias surgiu maneiras ilícitas de ganho de dinheiro, tal como o tráfico. Desse modo, a falta de combate das desigualdades ao longo do anos criou um ambiente propício ao aumento da criminalidade.       Além disso, a segurança pública se mostra ineficiente no combate ao narcotráfico e já não detém o monopólio da violência no país. Para exemplificar, o surgimento do PCC (primeiro comando da capital) e do Comando Vermelho foi consequência da imprudência por parte do sistema prisional, monitoramento das fronteiras e logística das polícias nos centros urbanos. Nesse sentido, o narcotráfico ganhou espaço para se expandir e organizar, se notabilizando a área de influência desses grupos criminosos e a dificuldade de combatê-los.        Dado o exposto, se faz necessário uma atuação das ONGs (organizações não governamentais) dentro das comunidades e presídios, por intermédio de parcerias com grandes empresas e instituições, promover investimentos que viabilizem o aprimoramento das atividades educacionais relacionadas à cultura e capacitação no mercado de trabalho. Nesse raciocínio, os projetos de arte, teatro, esporte, música e cursos técnicos, promovidos por essas organizações, poderão atingir grupos de vulnerabilidade que iriam ingressar no tráfico ou em outras atividades ilícitas, fato que possibilitará os jovens e presidiários almejarem outras carreiras profissionais. Com isso, fragilizá a organização criminal e progressivamente suprimirá as atividades criminosas e índices de violência urbana. Só assim, por meio da educação, muitos jovens como Buscapé e Zé pequeno poderão conquistar espaço fora dos ambientes imersos na criminalidade e diminuir as desigualdades sociais.