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Enviada em: 27/07/2019

"No país em que você lava a própria privada, ninguém mata por uma bicicleta" diz Daniel Duclos. No entanto, no Brasil, as bicicletas continuam precisando de cadeado, enquanto uma parcela da população sobrevive lavando privadas. Assim, a violência urbana e o tráfico de drogas crescem no país, ora aumentando a desigualdade, ora sendo uma alternativa para uma vida melhor.        É relevante abordar, primeiramente, que toda violência possui a sua origem, em um problema social. O que já afirmava o escritor Pierre Goutier, ao dizer que ela mesma se justifica. Isto é, sendo a desigualdade um tipo de agressão institucionalizada, os conflitos serão a resposta facilmente prevista para o contexto vivido. Consequentemente, esteriótipos, como de Ary Toledo em que "rico correndo é atleta, pobre correndo é ladrão", reforçam ainda mais a situação já presente.        Em decorrência disso, o tráfico de drogas surge como perspectiva para de ascensão financeira. Sendo umas das ramificações mais visíveis da violência urbana, esse comércio ilícito oferece melhores condições de vida. Tendo em vista que, por exemplo, em uma escola periférica, em que os alunos vêm seus professores desvalorizados e mal pagos, passam a descredibiliza-los, como diz Cristovam Buarque em entrevista para British Broadcasting Corporation (BBC) no Brasil. Desse modo, o traficante passa a ser um exemplo para se obter o prestígio almejado, que não seria conquistado no jaleco do mestre.              Diante dessa problemática em que a violência e o tráfico de drogas crescem interligados, medidas são necessárias para findar esse impasse. Cabe ao Estado, garantir maior valorização as instituições de ensino, por meio de gestores mais bem pagos. Com isso, esses profissionais não só servirão de exemplos de carreiras, como também, serão construtores de diferentes servidores. Nesse sentido, não haverá mais a necessidade de subempregos, e assim, todos os indivíduos poderão sair com suas bicicletas e lavar suas próprias privadas.