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Enviada em: 20/05/2017

Epidemia social      A guerra do ópio, ocorrida no século XIX, é um dos principais registros, no qual se comprova que o consumo de drogas permeia a história da humanidade. Outrora, já se podia notar diversos distúrbios sociais, gerados pelo uso indiscriminado de substâncias tóxicas, que perduram em meio a sociedade. Desse modo, como tal fator histórico permanece intrinsecamente ligado à realidade do país, surgiu a problemática da violência urbana atrelada ao tráfico de drogas, a qual se mostra consideravelmente nociva à vida em grupo.         Em primeiro plano, é indubitável que o ser humano sofre influência daquilo que ouve e vê. Consoante Adorno, sociólogo que estudou a Indústria Cultural, a mídia cria esteriótipos que tiram a liberdade de pensamento dos espectadores, forçando imagens, muitas vezes errôneas, em suas mentes. Então, quando crianças, principalmente mais pobres, assistem ou leem notícias sobre como a aquisição de certos produtos é o caminho para a felicidade, tendem a acreditar que o ter é o que define o ser. Portanto, devido à falta de perspectiva e o crescente número de usuários de drogas ilícitas, o tráfico se mostra como um meio para uma ascensão social rápida, tendo como efeito colateral um âmbito extremamente violento, que diminui a expectativa de vida dos filiados à essa prática criminosa.            Outrossim, é notório que a tentativa de impedir a comercialização de narcóticos é uma guerra perdida, que vitimiza um número alarmante de militares e civis. Como não há indícios da erradicação dos vícios, o comércio ilegal de entorpecentes acarreta tanto em uma perda monetária significativa, a qual poderia ser convertida em impostos usados para o bem-estar social, quanto na perpetuação do treinamento repressivo da polícia em detrimento do preventivo. Assim, por meio de um método falho, observa-se que o Estado brasileiro, ao invés de impedir o caos, fomenta mais a desordem, numa jornada inversa ao pensamento do Contrato social de Thomas Hobbes.           Torna-se perceptível, por conseguinte, que a violência urbana mesclada com o tráfico de drogas é fruto da apologia ao consumo e da ultrapassada política de segurança pública do país. Logo, para reverter esse cenário, o Governo federal deve investir, juntamente com a descriminalização gradual dos entorpecentes, tanto na implementação de novos centros de reabilitação, quanto, aliado à esfera estadual do poder, no aprimoramento policial, com ênfase em aulas sobre os direitos humanos na formação e acompanhamento psicológico constante. Ademais, a aplicação de campanhas de abrangência nacional , junto às emissores abertas de tv, que denotem os malefícios da banalização do consumo são fundamentais. Dessa forma, essa epidemia social será paulatinamente minimizada.