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Enviada em: 14/07/2017

Segundo Zygmunt Bauman, sociólogo polonês, a falta de solidez nas relações sociais, políticas e econômicas é característica da "modernidade líquida" vivida no século anterior. Nesse contexto, as repercussões sociais provocadas pelo uso contínuo de drogas ilícitas, gerando nefastos problemas de segurança pública, são reflexos dessa realidade.       Primeiramente, o problema reside no sistema que foi criado para combater o narcotráfico. No Brasil, as políticas que envolvem a redução e a proibição do consumo de drogas tem enfoque único na repressão e no desabastecimento do consumo das pequenas "bocas de fumo". Dessa forma, o tráfico de droga, que movimenta "cifras" bilionárias, adapta-se facilmente para criar outros métodos de abastecimento do mercado, mantendo, dessa forma, o ciclo do vício e da violência sempre ativos.               Outro fator determinante está relacionado com as diretrizes educacionais. Nesse sentido, cabe salientar que o contato das crianças e dos jovens com drogas ilícitas deve ser evitado. Assim, projetos educacionais, como o PROERD( Programa de Erradicação das Drogas), desenvolvidos pelas Polícias Militares do Brasil, que visam combater no seio da escola o contato inicial com entorpecentes, deve ser dinamizado e ampliado por todo o País. Destarte, é indubitável que a redução de usuários de drogas está mais atrelado a educação do que a punição.             O combate à liquidez citada inicialmente, a fim de conter o avanço das drogas e da violência urbana, deve tornar-se efetivo, uma vez que representa um retrocesso social. Logo, é preciso o Ministério da Educação inclua na Grade Curricular Nacional a educação voltada para a erradicação das drogas com intuito de prevenir o consumo de crianças e adolescentes. Além disso, o Ministério da Saúde deve inaugurar hospitais destinados à atenção psicossocial dos usuários, a fim de oferecer tratamento digno aos dependentes. Por fim, a Secretaria Nacional de Segurança Pública deve instituir uma comissão para rever a Política Nacional Antidrogas com a finalidade de dimensionar as rotas de tráfico no Brasil.