Materiais:
Enviada em: 19/08/2017

Cabo de guerra: União e traficantes decidindo o futuro do país  Antecedendo sociedades orgânicas, a história do ser humano é vasta e reserva algumas de suas páginas para a coexistência com psicotrópicos, surgindo, talvez, antes mesmo dos primeiros rituais religiosos. Entretanto, Estados contemporâneos passaram a tratar veementemente dessa questão, a mãos de ferro, com leis de guerra às drogas, as quais se tornaram rastilho para violência urbana e tráfico mais especializado.   Sobre a venda de produtos ilícitos, segundo o IBGE, somente no ano de 2012, houve um aumento de 10% no uso de drogas entre adolescentes, sobretudo meninas; compondo-se, dessa forma, a lei de demanda e procura. Ademais, é indubitável que as leis proibitivas geraram um mercado paralelo, violento e especializado quanto à distribuição, com fortes ramificações dentro do território nacional e, infelizmente, pela ineficácia neste combate, tais quadrilhas fortaleceram-se a ponto de, basicamente, tomar todo um país pelo terror.   Assim, e nesse contexto, a exemplo da cidade do Rio de Janeiro, em que sua atual conjuntura depreende-se como às margens de um estado de calamidade, onde cidadãos jazem numa bolha de temor e apreensão, esta criada por traficantes, entende-se que o fator segurança, além dos direitos naturais de Locke - vida e liberdade - seja o mais importante neste momento, levando-se a crer ser este o maior motivo para o contínuo, e falho, uso de armamento pesado por parte dos soldados militares, e a condescendência da União, contextualizando-se, portanto, a afirmativa de Bismark, antigo chanceler alemão, de que a política é a arte do possível.   Logo, seria da competência do Supremo Tribunal Federal, em conjunto com cada Governo Estadual, criar leis possibilitando postos de venda e consumo de certas substâncias, como a maconha, em quantidades pré-estabelecidas para uso, a fim de lesionar e extinguir o tráfico paralelo, gerando-se, também, empregos honestos e obtendo-se impostos que poderiam ser usados no tratamento de dependentes. Ademais, por meio do Ministério da Saúde, acompanhar-se-ia os índices quanto ao consumo, por meio de cadastros e dados salvos em carteiras, como as de vacinas, evitando-se, assim, a proliferação de doenças relacionadas ao uso de narcóticos, como a AIDS.