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Enviada em: 26/09/2017

Egípcios e o ópio. Chineses e a cannabis. Gregos e o vinho. Na história da humanidade jamais houve uma sociedade livre de drogadição. Isso justifica-se pela busca por escapismo, natural da condição humana. No entanto, quando esse uso deixa de ser recreativo e passa a ser problemático torna-se um problema social. E é nas tentativas de resolver essa situação, como a criminalização, que as consequências se multiplicam.     Dessas implicações, a principal é o surgimento do tráfico e de problemas associados. Ao criminalizar o consumo sem tratar devidamente o vício não extingue-se o comércio de drogas, pois esse passa a ser ilegal. Nessa condição, suas questões são resolvidas extrajuridicamente, na forma de homicídios, por exemplo. Isso faz com que a violência aumente e, junto dela, a insegurança da comunidade.   Tal população, que nesse processo não recebeu orientações do como lidar com o usuário, prejudica ainda mais a recuperação dele. Esse aspecto se dá devido ao preconceito instaurado contra eles ao tratá-los como criminosos, o que impede seu reconhecimento como o que realmente são: doentes que continuam a se drogar para evitar os danos da abstinência. Assim, sem essa interpretação, são excluídos ao invés de tratados, continuando a fortalecer o tráfico com seu uso.     Portanto, fica claro que o maior problema não está na drogadição, mas na maneira como ela é lidada. Dessa forma, é preciso que o Estado e a sociedade trate o usuário, não o repreenda. Para que isso ocorra, o preconceito deve ser dissociado através de campanhas de conscientização e tratamentos adequados devem ser promovidos por meio de reabilitação e fornecimento de doses e materiais seguros aos viciados a fim de evitar a abstinência nos casos graves. Fazendo isso, é possível atingir uma nação livre dos problemas das drogas.