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Enviada em: 29/09/2017

Pequenos passos para grandes mudanças    Desde o século XX, o narcotráfico é um impasse crescente nas cidades do mundo. Com Pablo Escobar na Colômbia, el Chapo no México, e diversos outros criminosos de renome espalhados por aí, o Brasil é um país que infelizmente se destaca nesse ramo. A exemplo das últimas “guerras” entre polícia e traficante em São Paulo, na Cracolândia, e no Rio de Janeiro, na favela da Rocinha, percebe-se que o tráfico de drogas não é tão fácil assim de ser combatido, e portanto, é preciso buscar outras soluções para isso, que não envolvam a violência.    Antes de tudo, é necessário quebrar o paradigma de enxergar as drogas como um vilão, já que a menor parte das pessoas que as experimentam tornam-se viciadas, segundo entrevista de neurocientista ao jornal “O Tempo”, sendo um número de apenas 10 a 12% correspondente a essa pesquisa.     Além disso, é possível perceber que a ilegalidade do consumo de determinadas substâncias não impede alguém de querer usá-las, levando em consideração a pesquisa da ONU, que diz que cerca de 250 milhões de pessoas por ano usam drogas no mundo, e a maior parte dos países toma isso como crime. Assim, nota-se que criminalizar não é uma boa solução, pois além de não ser uma medida eficaz para barrar o consumo, também faz com que os usuários não busquem ajuda para largar suposto vício, com medo de serem punidos pelas autoridades.    Ademais, o Brasil possui uma Lei de Drogas criada em 2006, que não identifica bem a diferença entre consumidor e traficante e não fornece em seu código as quantidades de cada substância que delimitam as punições destinadas a cada indivíduo portador. Isto, por conseguinte, dificulta muito o trabalho dos policiais e juízes que se responsabilizam por decidir o que deverá ser punido ou não.     Considerando, portanto, o que foi exposto acima, pode-se traçar diversos caminhos com alguns passos para o combate ao narcotráfico e ao consumo exagerado das drogas. A exemplo de países como Uruguai e Holanda, o poder legislativo pode alterar, por meio de referendo, a Lei de Drogas, passando a desconsiderar o consumo das mesmas como um crime, e especificando as determinadas quantidades que serão vistas como tráfico. Com a descriminalização, outro passo importante vem com a possível comercialização legalizada e regulamentada pelo Estado, talvez com iniciativas privadas em parceria com os ministérios da Saúde e da Fazenda, vendendo quantidades limitadas de cada substância em farmácias, com os devidos impostos e as campanhas de conscientização de que as drogas em excesso fazem mal à saúde humana, esses passos levarão ao fim do narcotráfico violento.