Materiais:
Enviada em: 06/05/2018

“O homem é o lobo do homem”. A frase, mais dita do que compreendida, de Thomas Hobbes, é a constatação de um comportamento humano atual: uma série de atitudes ou sentimentos negativos em relação às pessoas travestis, transexuais ou transgêneros. Essa nociva conduta deve-se a uma sociedade patriarcal, bem como pelo histórico de impunidade dos crimes. Diante desse cenário excludente é preciso assegurar às pessoas trans representatividade pública, política e midiática no território brasileiro.         É indubitável que o corpo social machista e patriarcal esteja entre as causas dessa problemática. Segundo Parmênides, toda mutação é ilusória, isto é, o ser é imutável. Portanto desse pressuposto, percebe-se que a imutabilidade do pensamento da sociedade está intrinsecamente ligada às raízes conservadoras de um povo que discrimina as minorias. Ademais, essa mentalidade primitiva é transmitida de geração à geração, em virtude da vivência em grupo. Assim, o fortalecimento dessa ideologia de exclusão, além de comprometer o desenvolvimento humano e social do país, também agrava a problemática no Brasil.        Outrossim, destaca-se a ausência de leis para punir crimes de ódio contra os transgêneros como impulsionadora da transfobia. De acordo com levantamento feito pelo Grupo Gay da Bahia em 2014, a cada 27 horas um brasileiro é morto por ser LGBT (lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros). Nessa perspectiva, o transexual está exposto à falta de segurança que, de fato, assola o Brasil, mas também corre o risco de ser agredido e morto pelo simples fato de existir e ser o que é. Dessa maneira, a lei tem o efeito de desnaturalizar a violência, além de reverter o cenário de injustiça e impunidade.        Infere-se, portanto, que a transfobia no Brasil têm raízes em uma sociedade conservadora e em um considerado contexto de naturalização da violência. A fim de erradicar o problema, a comunidade LGBT deve pressionar o Poder Público, para a criação de leis que criminalizem os delitos de caráter homofóbico, além da implementação de delegacias especializadas nessa forma de agressão. Ademais, o governo, aliado a mídia deve promover campanhas de abrangência nacional como forma de estimular o respeito às diversidades. Desse modo, a bandeira LGBT refletirá as cores de uma sociedade harmônica e tolerante.