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Enviada em: 08/05/2018

Na mitologia grega, Sísifo foi condenado por Zeus a rolar uma enorme pedra morro acima eternamente. Todos os dias, Sísifo atingia o topo do rochedo, contudo era vencido pela exaustão, assim a pedra retornava  à base. Hodiernamente, esse mito assemelha-se à luta cotidiana dos homossexuais no Brasil, os quais buscam romper as barreiras da desigualdade de gênero. Nesse contexto, não há dúvidas de que a homofobia é um problema pertinente no país, o qual ocorre, devido a negligência governamental, como também, ao preconceito da sociedade.    Infelizmente, a Constituição Federal de 1988 não possui uma lei específica que garanta a segurança pública aos grupos LGBTs. Segundo um estudo feito pela Consultoria Santo Caos, 43% das pessoas entrevistadas afirmaram ter sofrido discriminação por sua orientação sexual ou identidade de gênero. Ademais, a empresa Elancers afirmou que 38% das instituições brasileiras não contratariam pessoas que relacionam-se com o sexo oposto para cargos de chefia. Assim, é de extrema importância a criação de uma nova lei que tenha autonomia de garantir a igualdade no trabalho.      Outrossim, nota-se que a desigualdade está diretamente relacionada à permanência do preconceito na sociedade. Consoante, a mais antiga entidade de gênero no Brasil, o Grupo Gay da Bahia (GGB), afirmou que o número de mortos ligados à homofobia e à transfobia já passou de uma por dia, a maior média atingida há 40 anos, com isso, o país ocupa o lamentável título de líder mundial de homicídios LGBTs. Desse modo, as pessoas atuam exatamente ao postulado do líder espiritual e pacifista indiano Mohandas Gandhi, "aprendemos a voar como pássaros e a nadar como peixes, mas não aprendemos a conviver como irmãos".    Portanto, indubitavelmente, medidas são necessárias para resolver esse problema. Cabe ao Ministério da Educação criar um projeto para ser desenvolvido nas escolas, o qual promova palestras e atividades lúdicas a respeito da homofobia - uma vez que ações culturais coletivas têm imenso poder transformador - a fim de que a comunidade escolar e a sociedade no geral, conscientizem-se. Ademais, é dever da mídia - como a maior rede de influências do mundo - elaborar novelas e propagandas que demonstram que cada pessoa possui o direito de escolher a sexualidade que lhe faz bem, com o objetivo de diminuir a discriminação homofóbica no Brasil. Diante disso, a realidade distanciar-se-á do mito grego e os Sísifos brasileiros vencerão o desafio de Zeus.