No Brasil, mesmo diante de discursos sobre liberdade de expressão sexual, não há um marco legal que reconheça os direitos humanos independentemente de orientação sexual. Sendo assim,a população de Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transexuais (LGBTs) convive com o preconceito decorrente da precária discussão sobre o tema e da inexistência de leis específicas que tenham o combate à LGBTfobia, aversão à orientação sexual de LGBTs, em pauta. Assim, a busca por medidas que permeiam o aspecto educacional e o legal são necessárias. Nesse contexto,é possível observar a existência de uma imposição social no que se refere ao "ser homem" e ao "ser mulher". Diante de conceitos biológicos,grande parcela da população brasileira, moldada por conhecimentos tradicionais, assume a orientação sexual ao ponto de vista do sexo biológico.Dessa forma, não é permitido sentir-se e enxergar-se de outra forma a não ser aquela determinada pelo sexo em o indivíduo nasceu. Aquele que foge a essa exigência social é vítima de preconceito e violência física e verbal, que pode ser ilustrada em números, conforme dados do grupo Gay da Bahia (GGB), em que 343 LGBTs, em 2016, foram mortos por violência.Essa realidade é mostrada, no ano de 2017, pela novela A Força do Querer da TV Globo. Nela, a personagem Ivana descobre-se transgênero e convive com o preconceito e violência decorrentes de pensamentos e conhecimentos como os citados. Isso revela que, ficção e vida real, nem sempre, andam separados e podem colaborar, juntamente com a educação, na desconstrução e elucidação de questões sociais. Ademais, o dado citado não é oficial, já que não existe levantamento oficial brasileiro sobre o tema, diferente do que ocorre para questões que envolvam crianças, mulheres e idosos. Sem o meio legal e o levantamento de dados, a realidade diante do problema passa despercebida. Ao criar leis e levantamentos oficiais, punições e controle de medidas preventivas passam a auxiliar no combate a perpetuação de preconceitos, favorecendo a liberdade de expressão sexual de cada cidadão. Diante do exposto, a perspectiva educacional e legal devem ser fortalecidas. Isso por ser feito por meio da mídia socialmente engajada e do Ministério da Educação, ao possibilitar a construção de pensamentos que respeitem o indivíduo, inserindo, nas escolas, faculdades e lares brasileiros música, filmes e debates sobre conceitos biológicos e psicológicos sobre o tema, rompendo com padrões estabelecidos. Além disso, mediante o Legislativo brasileiro, aprovando leis que considerem crime a LGBTfobia, com punição prevista no Código Penal brasileiro, como também possibilitando que instituições públicas possam atuar ativamente na elucidação de dados estatísticos sobre esse tema, como é feito com crianças, mulheres e idosos, permitindo o combate ao preconceito e a violência.