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Enviada em: 22/06/2018

O crescimento absurdo do número de assassinatos de LGBTs no Brasil deixa claro que a sociedade precisa de mudanças radicais.Os "T"s da sigla (travestis, transexuais e transgêneros) são os mais afetados pela marginalização e são os que mais precisam de políticas inclusivas, especialmente no mercado de trabalho.       No início de maio de 2018, o Brasil tomou conhecimento do assassinato de Matheusa, jovem não-binária que estava desaparecida e cujo corpo foi encontrado queimado na zona norte do Rio de Janeiro. O caso que foi logo esquecido é apenas a ponta do iceberg, visto que o Brasil é o país que mais mata LGBTs em todo o planeta. No entanto, apesar dessa péssima posição no ranking mundial, a mídia tradicional e conservadora ainda se abstém de direcionar holofotes para o problema.       Além da falta de interesse midiático nos casos de assassinato, a comunidade trans também é segregada no cotidiano por não ter oportunidades dentro do mercado de trabalho formal. Por conta dessa exclusão, a maioria dos trans e das travestis encontram na informalidade sua forma de sustento. Consequência disso é a pouca sensibilidade e empatia das pessoas cis-gênero, pois a marginalização leva à invisibilidade e não há interesse em lutar pelos direitos de quem não se vê.             A inserção de trans e travestis no mercado de trabalho formal é essencial para aumentar sua visibilidade no dia-a-dia e assim diminuir os preconceitos existentes. A implantação de ações afirmativas por parte do governo é um passo essencial para diminuir essa invisibilidade atual, afinal de contas, se empresas privadas e órgãos públicos tiverem uma porcentagem mínima obrigatória para essas minorias, o convívio com as diferenças será inevitável permitindo assim que os cis-gêneros reconheçam sua existência, seu valor e possam se unir à luta por direitos iguais. Ainda que as cotas não sejam o recurso perfeito, são essenciais para começar a diminuir a segregação implícita do cotiano atual.