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Enviada em: 05/07/2018

28 de junho    Em fevereiro de 2017, a travesti Dandara de Oliveira foi linchada e espancada até a morte após sair de casa para comprar pão. Tal acontecimento evidencia a transfobia no Brasil, causada não somente por uma herança patriarcal e machista, mas também pela expansão da cultura do ódio.     Desde os primeiros anos de vida, crianças são educadas em um ambiente no qual as diferenças não são respeitadas e prova disso é a parcialidade das cores. Ainda na infância, desenvolve-se o preconceito camuflado pelas cores azul e rosa sendo essas as únicas possibilidades determinadas pelo sexo. Por formarem-se com essa concepção social, qualquer indivíduo que desvirtue-se do que foi ensinado quando pequenos, é considerado incomum e, logo, passivo de retaliações. Dessa forma, há espaço para difundir o legado machista que afeta a comunidade LGBT, principalmente, os transexuais que lutam pela identidade de gênero, não baseada somente no sexo biológico. Dessarte, repensar comportamentos tão naturalizados, os quais a sociedade brasileira ainda exige das crianças é o primeiro passo para conter os episódios de violência contra os transexuais.    Ademais, o hábito de exteriorizar o ódio por meio da violência está intrinsecamente ligado às minorias e, em grande parte, à transfobia. Segundo a ONG Transgender Europe, o Brasil matou ao menos 868 transexuais nos últimos oito anos, o que o deixa, disparado, no topo do ranking de países com mais registros de homicídios de pessoas transgêneras. Não satisfeitos em atacar mental e fisicamente, os agressores, assim como no caso Dandara, gravam e divulgam as imagens da ação nas redes sociais. Isso demonstra, por parte dos ofensores, a necessidade de dispensar a forte aversão pelo diferente.    Portanto, medidas coletivas devem ser tomadas para alterar esse cenário no Brasil. Para Immanuel Kant, é no problema educacional que assenta o segredo do aperfeiçoamento social, logo, os Ministérios da Cultura e da Educação, deverão promover debates nas escolas, por intermédio de psicólogos e juristas, sobre a necessidade de garantir a extensão dos direitos humanos aos transexuais, com a finalidade de elucidar a sociedade brasileira sobre as questões do gênero. Tal medida afetará, indiretamente, a comunidade LGBT, pois reduzir-se-á a intolerância contra eles. Assim,  o dia 28 de junho poderá ser verdadeiramente comemorado.