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Enviada em: 19/07/2018

A transfobia pode ser definida como aversão e ódio pelas pessoas transgêneros. Desse modo, ações como esta comprovam como a discriminação está arraigada em nossa sociedade e confirma as palavras de Voltaire: preconceito é opinião sem conhecimento. Ademais, a transfobia no Brasil está presente em vários segmentos da sociedade. Nesse contexto, convém analisar como o ódio e aversão às pessoas trans provocam o aumento de mortes e o descaso nos serviços de saúde.   A princípio, cabe ressaltar que, de acordo com a pesquisa da rede européia Transgender Europe (TGEU), o Brasil é, absurdamente, o país que mais mata transgêneros no mundo. Por esse motivo, foram registrados cento e quarenta e quatro assassinatos em 2016 no país. Não há dúvidas de que o ódio a este segmento da população precisa ser, obstinadamente, combatido, assim como, a violência e a opressão .   Além disso, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), a discriminação afasta as pessoas trans dos serviços de saúde na América Latina e no Caribe. Nesse âmbito, a ausência de acolhimento adequado nas unidades e o despreparo dos profissionais de saúde são, notadamente,  responsáveis por esta realidade. É inquestionável que o preconceito distancia este grupo, já marginalizado, por falta de conhecimento, como destaca Voltaire. Além disto, traz prejuízos ao tratamento, promoção e prevenção em saúde.   Dessa forma, para combater a transfobia na sociedade e nas instituições de saúde no Brasil, é necessário, portanto, maior atuação do Estado. Nesse sentido, o Governo Federal deve, por intermédio do Ministério dos Direitos Humanos (MDH), criar um Disque Denúncia especial para pessoas trans, para o enfrentamento da violência. Cabe também, ao MDH, elaborar uma política de assistência à saúde dos transgêneros, para tornar obrigatório seu acolhimento humanizado nas unidades de saúde em todo o país. Espera-se, com isso, preservar a dignidade humana e o direito à vida e saúde destes cidadãos e cidadãs.