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Enviada em: 16/09/2018

Alguns termos utilizados para a designação dos LGBTs apresentam equívocos em sua concepção de sentido, servindo para a pragmatização da homofobia. Um dos exemplos é o vocábulo "gênero", utilizado como norteador para a definição da orientação sexual do indivíduo. Em relação a isso, muitos estudiosos pontuam a inveracidade dos gêneros, a partir da concepção biológica binária dos seres humanos, que os define como feminino ou masculino, haja vista que a sexualidade é melhor compreendida sob o aspecto antropológico, a partir de nuances sociais. Logo, esses termos reforçam a segregação institucionalizada dos homossexuais, destituindo-os de sua cidadania e normalidade perante à população, exibindo-os, majoritariamente, sob a ótica caricaturesca dos shows midiáticos.         A desconstrução desses conceitos surge na década de 1950, através de obras de estudo sociológico, como a publicada em 1949, pela cientista e ativista do feminismo, Simone Beauvoir, "O segundo sexo". Tais estudos fomentam o debate acerca do tema e elucidam tabus decorrentes  da falta de difusão do conhecimento, mobilizando a população quanto à naturalidade biológica e comportamental de sua orientação sexual, seja hétero ou homoafetiva. Semelhante fato ocorre pela condensação da militância em prol da criminalização dos atos violentos e repressivos do Estado contra a população LGBT+, durante a Ditadura Militar, culminando na primeira Parada Gay do Brasil, ocorrida na Avenida Paulista, em 1997, dando visibilidade à indivíduos que eram excluídos do convívio social.        O movimento espalhou-se por todo o país, evidenciando a grandiosidade numérica da população homossexual, bem como dos indivíduos reconhecedores da causa. Todavia, os primeiros ainda têm grande parte dos seus direitos constitucionais negados, a partir da visão conservadorista e patriarcal da família, nutrida por um grande número de representantes políticos do poder Legislativo, através da morosidade de projetos de lei, como o proposto em 2006, que criminalizava a homofobia no Brasil; aprovado na Câmara dos Deputados, em 2011. Arquivado pelo Senado, em 2015.      Portanto, reside nesse ponto a importância desses movimentos sociais para a cobertura Constitucional da população LGBT+, através de sua visibilidade nas mídias, como indivíduos normais e inofensivos, visto que são taxados como "destruidores da família" por figuras públicas, como o pastor Silas Malafaia, um dos responsáveis pelo arquivamento do projeto de lei supracitado, alimentando o ódio e possíveis atos de violência contra esses. Faz-se necessário a discussão da homossexualidade nas escolas, através de palestras de estudiosos, visando a destruição de concepções deturpadas, bem como a divulgação e oferta de panfletos, propagandas e obras esclarecedoras à população, pelas prefeituras, visto que a homofobia é fruto da construção de equívocos acerca da natureza humana.