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Enviada em: 01/09/2018

No início de 2017, um vídeo da travesti Dandara sendo apedrejada até a morte circulou nas redes sociais. Casos como esse são vistos diariamente no Brasil e mostram o quanto a população transgênera é vítima de crimes motivados por ódio e preconceito. Nesse viés, é juridicamente e socialmente imoral que qualquer pessoa seja privada de seus direitos ou tratada de forma diferente em meio à sociedade, por isso, caminhos nestes âmbitos, jurídico e social, devem ser seguidos para um eficaz combate à transfobia no país.    Vale ressaltar, a princípio, a existência de um código penal que caracteriza como crime qualquer tipo de homicídio. Entretanto, é indubitável a necessidade de criação de uma lei específica para o LGBTcídio (homicídio contra lésbicas, gays, bissexuais e, principalmente, transgêneros), haja vista que essas pessoas são violentadas apenas pelo fato de serem consideradas diferentes da maioria da sociedade, ou seja, por pura e simplesmente formação de ódio e preconceito, o que diminui consideravelmente a expectativa de vida desses grupos se comparado ao restante da população.    Simultaneamente a esse raciocínio, deve-se analisar o papel da Grande Mídia e da formação educacional/cultural dos jovens no combate à transfobia. Visto isso, é notório que, ainda hoje, grande parte das famílias brasileiras tem costumes tradicionais e patriarcais, tornando-se difícil a aceitação e o respeito a qualquer mudança de cunho social. Logo, é necessária uma intervenção cultural e educacional dos mais jovens para que as ideias conservadoras não sejam repassadas. Assim, as novelas e seriados precisam mostrar cada vez mais pessoas transgêneras, diminuindo o estranhamento que esse grupo causa em muita gente. Por fim, cabe também às escolas, como principal órgão formador de opinião, trabalhar a aceitação e o respeito às diferenças, durante todo o Ensino Básico.    De acordo com o supracitado, a tragédia ocorrida com a travesti Dandara representa a realidade dos transgêneros no país. Nesse sentido, cabe ao Governo Federal a criação de um órgão responsável por garantir os direitos à população transgênera, por meio da convocação de representantes desse grupo. Esse órgão deverá trabalhar na criação de projetos de leis específicas para os transexuais, como também estar presente em escolas e redes televisivas com a finalidade de transformar os ideários sociais.