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Enviada em: 17/09/2017

Os seres humanos nascem dotados de características biológicas que o enquadram como indivíduos do sexo masculino ou feminino. Porém, no contexto pós-moderno a questão do gênero está muito além de requisitos físicos e se encontra pautada pelo reconhecimento pessoal. No entanto, os novos arranjos familiares e as diversidades de gêneros resultam em uma sociedade preconceituosa e violenta para esses indivíduos. Isso ocorre não só pela falta de reconhecimento, mas também devido ao conceito de família tradicional que ainda assola o Brasil.   Segundo o pensamento Kantiano, o indivíduo é aquilo que a educação faz dele, sendo diretamente influenciado pela sua formação estudantil. À vista disso, as escolas brasileiras enfrentam uma problemática acerca do assunto, pois se ausentam de discussões sobre as diversidades de gênero e aceitação pessoal, o que alimenta o preconceito no país. Tal afirmação é confirmada ao analisar a persistência do bullying, contra as minorias sexuais, dentro do quadro de realidades brasileira. O déficit nas instituições de ensino cria um ambiente propenso à discriminação, visto que os transsexuais ainda são desconhecidos por uma parcela da população. A falta de reconhecimento impede que eles sejam tratados de maneira correta, o que pode acarretar em atitudes desumanas contra esses indivíduos.   A modernidade líquida vivida hoje, segundo Bauman, é caracterizada pela insegurança e constante mudança no cenário social. Com efeito, a busca pela autocriação da identidade se transformou, uma vez que suas fontes tradicionais, como laços familiares e status profissional, se afrouxaram na modernidade. A busca por identidade se dá agora através do reconhecimento pessoal e de sua  própria aceitação como ser, independente do seu sexo ou gênero. Seguindo esse parâmetro, a sociedade brasileira encontra uma profunda raiz preconceituosa acerca desse assunto, o que cria um sentimento de aversão a esses indivíduos, dando origem à transfobia no país. O conceito de anomia social, segundo Durkheim, é a ausência de normas sociais de uma sociedade ocidental moderna e individualista, que não sabe lidar com as novas formas de organização das relações sociais e com  as diversidades, intensificando a proliferação da violência e a desordem na estrutura social do Brasil.   É perceptível a influência educacional e da mídia na problemática citada. Sendo assim, é necessário que o Ministério da Saúde cobre das escolas a abordagem desse tema e a importância da aceitaçao pessoal para o desenvolvimento do indivíduos, através da implantação de psicólogos nas escola, a fim de que eles possam auxiliar os estudantes sobre esse assunto. Além disso, cabe ao Conar intensificar seu controle nas mídias, cobrando dela a inserção da diversidade de gênero, como por exemplo, em temas de propagandas, com intuito de reduzir as discrepâncias e criar um país mais harmônico.