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Enviada em: 25/08/2017

No filme Garota Dinamarquesa, de 2015, é narrada a história de Einar, um homem que não se identifica com seu sexo biológico, sofrendo diversos preconceitos perante a sociedade patriarcal do século XIX, porém, que mesmo assim decide se tornar Lili e ser a primeira mulher transgênero a fazer a cirurgia de mudança de sexo, morrendo durante o mesmo procedimento, o qual naquela época não era muito conhecido. Hoje, felizmente, a cirurgia de mudança de sexo é bastante acessível podendo ser realizada até mesmo pelo sistema público de saúde no Brasil. No entanto, o preconceito contra os transgêneros é evidente no Estado, o que torna preocupante todo o seu processo de inserção na sociedade ainda possuidora de ranços do patriarcalismo.          Segundo dados coletados pela organização não governamental "Transgender Europe", o Brasil é o país com o maior índice de homicídios de transgêneros do mundo, sendo classificado até mesmo como o pior país pra tal indivíduo viver. O principal motivo desses impactantes dados é o enorme preconceito que existe desde a não aceitação pela família até mesmo às dificuldades no ambiente público.        Em relação à família, percebe-se que grande parte delas não aceita os indivíduos transexuais quando se assumem, acabando por expulsá-los do ambiente familiar. Após a expulsão, grande parte deles sofre enormes preconceitos no âmbito social, não tendo acesso a oportunidades de emprego, sendo marginalizados nas ruas e exercendo empregos de nível terciário, ficando, então, mais suscetíveis a serem atacados e mortos por pessoas preconceituosas.             Diante dessas informações supracitadas, nota-se que medidas sérias devem ser tomadas para eliminar o preconceito e garantir a dignidade da população transexual no Brasil. Posto isso, o Ministério da Educação deve adicionar nas grades curriculares de Filosofia e Sociologia o debate acerca da importância e do respeito aos diferentes gêneros, mostrando a sua pluralidade e também a sua equidade de direitos, visando atenuar os ranços dos ideiais patriarcalistas a longo prazo. Além disso, para garantir a segurança e dignidade da população transexual no Brasil, que tanto é ameaçada atualmente, o Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação em parceria com as Secretarias Especiais dos Direitos Humanos devem desenvolver uma plataforma online que disponibilize as principais áreas onde ocorrem crimes de ódio contra a população transexual, fazendo com que ela possa se situar em regiões mais protegidas.