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Enviada em: 25/08/2017

Quem se é, não pode estar em debate  Desde o surgimento das primeiras sociedades orgânicas, pensadores buscaram, por meio da razão e reflexão, ideias paliativas quanto à forma de regência cruel de suas épocas. Consoante afirmação de Locke, todo homem nasce em berço de direito natural à vida e à liberdade, devendo estes ser assegurados pelo Governo, entretanto, sabe-se que, sob uma sociedade em que muitos ainda possuem pensamentos retrógrados, a transfobia tem levado pessoas, tratadas de forma diferente e desumana, às margens da sociedade.   Embora o Brasil possua, mundo afora, título de país amigável, estando na rota de turismo de milhares de pessoas todos os anos, um dado estarrecedor e, muitas vezes ignorado, mancha seu nome quando o assunto volta-se à eficiência da proteção dos seus: o país é, hoje, o lugar onde mais se matam transgêneros, no mundo todo, superando até mesmo aqueles onde a homossexualidade é proibida, com cerca de 689 mortes registradas oficialmente, segundo a organização Transgender Europe.   Assim, e de acordo com Durkheim em sua ciência social, a qual se afirma que determinados atos e ideias, como rastilhos machistas e preconceituosos, se tornam culturais ao decorrer do tempo, sendo, então, exteriores – ou seja, acontecem deliberadamente – quando não tratados da maneira correta. Logo, é possível verificar tal pensamento ao avaliar-se o processo social que, forçosamente, lança mulheres trans à prostituição, uma vez que a ideia de “travesti” é, automaticamente, associada a esse tipo de trabalho, segundo pesquisa realizada pelo jornal Carta Capital.   Portanto, a fim de encerrar-se tal processo de estigmatização da pessoa transgênera no Brasil, é impreterível que o Ministério da Educação, junto de ONGS como a Transvest, crie projetos escolares acerca deste tipo de pessoa e os resultados da transfobia, com a ajuda de exemplos vivos e psiquiatras, para que, dessa forma, qualquer criança em processo de transição possa continuar a frequentar aulas e se formar sem sofrer “bullying”. Também, faz-se necessário que o Governo Federal facilite a mudança do nome social nos documentos, bem como criar planos de inclusão no mercado de trabalho, a exemplo do já realizado para deficientes físicos, gerando uma bonificação para a empresa, como abatimento de certos impostos, diminuindo-se, bem assim, os níveis de preconceito neste tipo de ambiente.