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Enviada em: 03/09/2017

No Brasil, centenas de crimes com motivação transfóbica são cometidos anualmente. E milhares de cidadãos cuja identidade de gênero ou orientação sexual difere da maioria, têm direitos básicos negados pela sociedade e pelo Estado cotidianamente.    O esteriótipo da pessoa trans marginalizada é amplamente aceito, para uma parcela preconceituosa da população brasileira. Entretanto, é a discriminação sofrida no meio familiar, nas escolas e no mercado de trabalho que motivam escolhas extremas. Pois longe das oportunidades restam poucas opções.   Embora a quantidade de crimes cometidos seja alarmante, a ausência de estatísticas oficiais escondem números piores. A falta de políticas públicas que protejam os transgêneros, que eduquem sobre a questão de gênero e sexualidade e que punam atos de violência, revela uma negligência governamental nesse assunto e nega a essas pessoas o direito a ter direitos.     De acordo com Kant, o ser humano é aquilo que a educação faz dele. Nessa perspectiva, é de suma importância que um novo programa curricular da educação, abordando questões de gênero e sexualidade, seja criado e que comportamentos ofensivos e preconceituosos sejam inibidos, já que o bullying é uma das maiores causas da evasão escolar. Aliado a isso, é necessário uma maior capacitação dos profissionais da educação, para que os transgêneros vejam na escola um lugar de acolhimento e autoconhecimento e não de incompreensão e segregação.   É evidente, portanto, que ainda há muito a ser feito, e que o papel do Estado é essencial nesse trajeto. Pois, independente das escolhas pessoais que cada indivíduo toma e que só dizem respeito a sua vida, se os deveres como cidadãos são cumpridos é evidente que os direitos devem ser garantidos. O direito a vida é o mais importante deles.