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Enviada em: 04/09/2017

Em ‘A força do querer’, novela veiculada pela Rede Globo no ano de 2017, Ivana é uma personagem com problemas de identidade de gênero e sofre diariamente por não aceitar o próprio corpo e por não saber como lidar com a situação.Na ficção,a personagem mencionada é execrada pela sociedade por não se identificar com o gênero feminino,entretanto, o problema enfrentado por esta não se limita à dramaturgia e é vivenciado por diversas pessoas da comunidade LGBT no Brasil, que sofrem com a não aceitação da sociedade e são perseguidas e assassinadas, revelando a necessidade de uma maior atenção sociogovernamental.       O fato de a história anteriormente mencionada estar sendo veiculada em uma rede televisiva de grande alcance,como a Rede Globo,demonstra a importância de se expor e debater a dura rotina de pessoas que não se encaixam nos padrões de ideologia de gênero considerados tradicionais e que são impostos pela parcela mais conservadora da sociedade.Ademais, a falta de informações e de discussão,por parte da população, à cerca da problemática não só é responsável por fomentar casos de lgbtfobia no país,estimulada pelos indivíduos conservadores que incitam discursos de ódio, dizendo coisas como " ser gay é coisa do demônio" e "eles querem destruir a família brasileira",mas também por elevar as taxas de homicídio e de suicídio no meio LGBT.       De acordo com uma reportagem veiculada pelo jornal Estado de Minas no ano de 2017, o Brasil é o país que mais mata transsexuais e travestis, e estes representam cerca de 40% dos casos de assassinato que envolvem o grupo de pessoas com sexualidade e identidade de gênero não tradicionais.Além disso, a reportagem aponta que os números podem ser ainda maiores,mas a falta de estatísticas oficiais impede a quantificação precisa de tal barbaridade e faz com que a discussão de questões,como a transfobia,não tenham a devida visibilidade, ficando à mercê de políticas públicas de proteção ineficazes e dependendo de iniciativas isoladas, como a da Globo, para serem postas em pauta na sociedade.       Infere-se,portanto, que as atuais leis que visam a proteger a comunidade LGBT não são eficazes e necessitam ser reformuladas. E para isso, os deputados federais e senadores devem elaborar novas leis de proteção,visto que as atuais não tem sido efetivas. Além disso, o IBGE deve realizar pesquisas para quantificar oficialmente os casos de assassinato pois,dessa forma,será possível analisar se as novas leis estão diminuindo a problemática.Ademais, os canais da televisão aberta devem estimular o debate de casos que envolvam o público LGBT,estimulando a aceitação e o respeito deste pelos cidadãos mais conservadores e contribuindo para a diminuição de casos de suicídio e de transfobia.