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Enviada em: 06/09/2017

Na vida marinha os peixes palhaços têm a capacidade de redesignar seu sexo durante sua vida. Fora do ambiente aquático, entretanto, observa-se que o conceito de mudança de sexo no tecido social brasileiro representa um tabu a ser enfrentado pelos transsexuais, pois a violência e o preconceito ainda são um temor presente em pleno século XXI. Nesse ângulo, devem ser analisadas as principais consequências dessa problemática.       A princípio, vale ressaltar a grande onda de ataques contra o público LGBT. Pode-se mencionar, por exemplo, o caso do assassinato da Dandara, morta a tiros no Ceará pelo fato de ser travesti. Não obstante, vê-se que Dandara só foi uma das milhares de vítimas que ocorrem diretamente no Brasil. Pois segundo o Grupo Gay da Bahia (GGB) aproximadamente 345 LGBT são mortos por ano. Dessa forma, conforme afirma Jean-Paul Sartre, a violência seja qual for a maneira que ela manifeste é sempre uma derrota. Talvez quem não pense como Sartre associe a transsexualidade como um conceito fora dos padrões e, possivelmente, violente as pessoas que não se encaixem nesse quadro, com agressões verbais e/ou físicas.      Ademais, convém frisar o preconceito no sistema governamental. Uma prova disso está no fato da transfobia não ser considerada crime no Brasil e também não há nenhum apoio psicológico para as vítimas. Além disso, os homossexuais são inaptos para as doações de sangue, pois as autoridades ainda associam como possíveis portadores de DSTs. Outrossim, pensamentos preconceituosos de "quem nasce homem, morre homem" e "travesti é aberração" conjuntura na dificuldade de inclusão dos transgêneros na sociedade, assim como o reconhecimento do nome social e a oportunidade de emprego torna-se um tabu para ingressão ao mercado de trabalho.      Transfobia, portanto, é um impasse no tecido social que precisa ser combatido. Nessa forma, é mister o Ministério da Justiça, aliado ao Poder Executivo, promover um órgão que aprove a transfobia como crime no Brasil, como base a Lei Maria da Penha que já protege as mulheres, dando apoio psicológico as vítimas e julgando os agressores pelos seus atos. Soma-se à mídia, conjunto com ONGs, para conscientizar as pessoas através de fábulas transmitidas nas televisões sobre a importância do respeito ao próximo, abordando conteúdo de fácil compreensão, sobre como denunciar atitudes preconceituosas e entender o mundo dos trangêneros. E, por último, o Ministério da Saúde deve quebrar o dogma que o público LGBT não pode doar sangue, permitindo a doação de sangue para aquele não portador de DST.