Materiais:
Enviada em: 24/09/2017

São reconhecidos como transgêneros, os indivíduos que não se identificam com o gênero correspondente ao seu sexo biológico. Sendo esses uma minoria marginalizada, enfrentam dificuldades para viver sua identidade, a partir do momento que são discriminados e correm o risco de serem vítimas de violência. Tal cenário de exclusão deve-se a fatores de caráter estrutural e legal.     A não inclusão dos transexuais e travestis ilustra-se nos obstáculos que estes encontram no acesso a saúde.Segundo informações divulgadas pelo IBGE, a expectativa de vida dessa parcela da sociedade é de 35 anos enquanto a do resto da população é de 75,5. Sendo este fato consequência da insuficiência de locais habilitados à realização dos procedimentos de transição de sexo e acompanhamento médico, dessa forma, muitos indivíduos optam por uma via clandestina e colocam suas vidas em risco.    Além disso, cabe ressaltar que a ausência de uma legislação própria que proteja a população transgênica faz com que fiquem reféns de uma sociedade repleta de preconceitos. Apesar da existência de leis que punam crimes de ódio, não é explicito que essas se aplicam também a atos de descriminação quanto a identidade de gênero. Dessa forma, a fragilidade na aplicação da justiça quando se refere a travestis e transexuais facilita que as agressões feitas a esses fiquem impunes.    Torna-se evidente,portanto, que a falta de infraestrutura na área da saúde e a invisibilidade dos transgêneros perante a legislação brasileira são fatores que contribuem para a exclusão desse grupo. Isso posto, afim de minimizar a problemática o Ministério da Educação deve incluir nas disciplinas do curso de medicina os procedimentos relacionados aos travestis e transexuais de modo que mais médicos sejam capazes de atender essa comunidade, e a inclusão explícita da transfobia dentro dos crimes de ódio pelo Poder Legislativo, garantindo a proteção de suas vítimas. Apenas sob tal perspectiva o país se tornará mais plural e justo.