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Enviada em: 24/09/2017

Orgulho Machadiano  Brás Cubas, o defunto-autor de Machado de Assis, diz em suas "Memórias Póstumas" que não teve filhos e não transmitiu a nenhuma criatura o legado da nossa miséria. Talvez hoje o personagem percebesse acertada sua decisão: a postura de muitos brasileiros frente a transfobia em debate é uma das faces mais perversas de uma sociedade em desenvolvimento. Com isso, nota-se a problemática do preconceito sexual, que persiste profundamente ligado à realidade do país, seja pela insuficiência de leis, seja pela lenta mudança de mentalidade social.  Em um primeiro plano, a realidade em que a população está inserida, juntamente aos inúmeros casos de mortes de trans e travestis, corrobora a ideia de que transfobia na sociedade degrada a liberdade  e dignidade individual. Nesse sentido, a insuficiência de leis para punir crimes de ódio é um catalisador problemático da reação entre a vulnerabilidade da comunidade LGBT à práticas ofensivas pelos demais grupos sociais e a difusão do preconceito sexual atrelado à quebra de um direito humano do cidadão verde-amarelo. Destarte, houve crescimento exponencial do número de indivíduos afetados, fisicamente ou psicologicamente, pela discriminação de gêneros relacionado à falta de leis e debates esclarecedores em prol do benefício sociocultural brasileiro informado pelo IBGE.  De acordo com Émile Durkheim, o Fato Social é a maneira coletiva de agir e pensar. Nesse prisma, observa-se que a propagação da transfobia no Brasil se encaixa na teoria do sociólogo, uma vez que, se uma criança vive em uma família praticante desses atos injuriosos, tende a adotá-lo por conta da vivência em grupo. Assim,a continuação do pensamento de supremacia de um gênero em detrimento dos outros, transmitido de geração a geração, funciona como base forte dessa forma de ignorância a ponto de perpetuar o problema na realidade cotidiana do país verde-amarelo.  Infere-se, portanto, que medidas fazem-se necessárias para a resolução da problemática relacionada à transfobia em debate no Brasil. Desse modo, cabe ao Governo Federal promover a criação de delegacias e leis específicas em luta com  os crimes contra os diferentes gêneros, a fim de atenuar as práticas violentas sobre a população LGBT. Outrossim, é mister que o Executivo Federal invista em educação a ponto de capacitar professores e incentivar as famílias brasileiras a formar cidadãos comprometidos com a difusão da liberdade individual de todos os membros da nação, seja transsexual, seja heterossexual.Assim, crescem as oportunidades de alcançarmos um país desenvolvido socialmente e criar um legado de que Brás Cubas pudesse se orgulhar.