Materiais:
Enviada em: 19/09/2017

Não é difícil lembrar notícias da morte de travestis e transsexuais vítimas de violência física. Essa imagem tornou-se frequente nos dias de hoje, visto que, vivemos em uma sociedade em que questões concernentes à diversidade sexual são negligenciadas. Nesse contexto, torna-se crucial o debate sobre crimes de transfobia no Brasil, causados, sobretudo, pela legitimação do preconceito no ambiente legislativo e pela disseminação de ódio facilitada pelas redes sociais.   Um dos tópicos que devem ser abordados é a proposta de alguns projetos de lei que contribuem para a persistência da intolerância. Questões relacionadas a diversidade de gênero tem um longo histórico na sociedade brasileira, homossexuais e travestis por muitos anos eram confinados em manicômios. Essa situação só teve fim em 1990, quando a Organização Mundial de Saúde deixou de considerar a esta condição como uma patologia. Em contrapondo, na última semana, um projeto levado ao senado busca reverter essa decisão, promovendo a chamada "cura gay". Nesse sentido, é inquestionável que essa atitude contribua para perenizar o preconceito, uma vez que leva os indivíduos verem a homossexualidade de forma negativa. Dessa forma, é imprescindível a mobilização da população contra este processo, posto que, as leis devem ser idealizadas para o benefício geral.   Ademais, não há dúvidas que com os avanços informacionais, alguns canais de comunicação tenham favorecido atos de violência. Esse fato pode ser comprovado se observarmos o comportamento de alguns indivíduos nas redes sociais. Casos de agressões e assédio verbal tem se tornado frequente nesses meios, uma vez que, a impunidade dos agressores é garantida pela possibilidade de ocultar a  sua identidade. Nesse cenário, é pertinente citarmos como exemplo o caso da travesti, cearense, Dandara, a qual foi morta a tiros e teve o crime gravado e divulgado no facebook. Embora a cena tenha chocado a maioria, houve muitos comentários de apoio à prática. Desse modo, é possível notar que a mídia possibilita a disseminação do ódio sendo imprescindível a criação de um canal de denúncia para crimes cometidos em ambiente virtual.  Portanto, medidas são necessárias para resolver o impasse. Em primeiro lugar, a população junto a ONG's LGBTT's devem realizar manifestações, em locais públicos, contra projetos de leis que tornem negativa a imagem da diversidade sexual. Nesse contexto, a mídia deve agir de forma proativa televisionando esses movimentos e consequente dando a estes uma dimensão nacional. Dando continuidade, o Ministério da Justiça junto à polícia federal devem criar um canal de comunicação com vítimas de crimes virtuais, a fim de receber denúncias e realizar investigações contribuindo para diminuir a impunidade destes. Só assim, casos de transfobia deixarão de ser frequentes no Brasil.