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Enviada em: 27/09/2017

A transcendência gerada por um sonho. A não compreensão de uma parcela da sociedade. O julgamento por ser diferente. Essa é a situação pela qual milhares de pessoas, assim como Viviany Beleboni - transsexual agredida depois de um protesto na parada do orgulho LGBT -, passam. Embora a comunidade homossexual tenha conseguido alguns direitos, muitos casos de transfobia ocorrem no Brasil. Surge, então, uma nova questão: há vagas para transsexuais na sociedade brasileira? Sabe-se que, nos dias de hoje, ainda é comum o violentamento da população trans no Brasil. Isso decorre de um passado colonial, repleto de padronizações sexistas e religiosas pelo qual os brasileiros passaram. Foi enraizado, ao longo do tempo, conceitos conservadores e patriarcais nessa sociedade, o que gerou um molde a ser seguido por todos. Quem não o seguisse, era rejeitado e marginalizado. Além disso, a baixa escolaridade, que é um fator que vem da não democratização do ensino a todos, no passado, é um dos pilares que sustentam os pré-conceitos que por fim acabam por acumular ódio pelo que é diferente.  Toda essa padronização da sociedade, disseminação de preconceitos e ódio afetam as minorias da sociedade atual, principalmente a comunidade LGBT. A raiva contra essa população pode ser constatado pela pesquisa feita pela ONG "Transgender Europe" que deu ao Brasil a primeira colocação no ranking de homicídios de transgêneros, com mais de 800 mortes entre 2004 e 2016. Essa colocação decorre do descaso público para com essas pessoas, a sua pequena representatividade política, a não aprovação de leis que tratem especificamente esse tipo de violência e a marginalização desse povo que optam pela prostituição para poderem sobreviver na nossa sociedade capitalista. Dessa maneira, verifica-se que, devido à desconsideração política, aos padrões conservadoristas enraizados e ao acumulo de ódio, ainda não há vagas para a população transsexual brasileira na sociedade atual. Portanto, pede-se por uma parceria entre o Ministério Público, as mídias sociais e  o Ministério dos Direitos Humanos em que seja desenvolvida uma campanha conscientizadora para toda a população contra a transfobia. Almeja-se que o Congresso agilize a votação de projetos, como a LGBTfobia, para que direitos sejam garantidos a essa população de modo a dar-lhes direitos básicos como a segurança. Necessita-se, também, que empresas deem oportunidades aos indivíduos dessa comunidade de maneira que a tolerância seja trabalhada nesses locais e que a população trans abandone a prostituição - que muitas vezes é sua unica saída - e consigam o mínimo de dignidade para viver.