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Enviada em: 02/10/2017

Nas últimas décadas, as questões acerca de orientação sexual e de identidade de gênero têm se tornado eminente no Brasil. Isso se deve, em parte, ao crescimento da comunidade LGBT. Consequentemente, diversos debates ocorrem diariamente - muitos desses nas redes sociais. Infelizmente, há um crescente número de indivíduos que têm se mostrado intolerante a respeito da identidade de pessoas transexuais, por exemplo. Nesse sentido, tendo em vista todos os direitos assegurados no artigo quinto da Constituição Brasileira de 1988, é necessário que se combata a transfobia no país.      Em primeira análise, deve-se reconhecer que algumas mudanças já ocorrem no sentido de erradicar o preconceito frente à comunidade LGBT. O repentino sucesso da dragqueen Pabllo Vittar, por exemplo, que é uma cantora de pop brasileira, demonstra esse fato. Apesar da evidência social, a artista comentou, em entrevista recente, que ainda sofre muito preconceito. A intolerância, nesses casos, é mais evidente nas redes sociais, local em que há uma liberdade de expressão pretensamente inconsequente. Esse fato se deve à liberdade de se afirmar o que se pensa na internet, sem precisar responder - na maioria das vezes - por aquilo que foi dito.     Além disso, há outros fatos que dificultam o combate à transfobia no Brasil, como a irônica “cura gay”. Recentemente, um juiz brasileiro determinou que fosse permitido, aos psicólogos, enfrentar a homossexualidade como doença. Criou-se, sob tal ótica, o termo “cura gay”, que refere-se a um falso e preconceituoso pensamento de que haveria a possibilidade de mudança da orientação sexual de uma pessoa. Esse episódio gerou, com razão, muitos atritos na sociedade, que em sua maioria denunciou a decisão. Percebe-se, nessa ocasião, o infeliz conservadorismo do Poder Judiciário brasileiro.                Sendo assim, é necessário que se combata a transfobia no Brasil. De acordo com Aristóteles, “é preciso conhecer os nós para desatá-los”. Nesse sentido, é dever do Poder Executivo a rígida fiscalização do ambiente virtual, punindo - dentro dos limites da lei - aqueles que demonstrarem posições preconceituosas. Ademais, é papel dos Tribunais de Justiça o barramento de decisões intolerantes de juízes autoritários, impedindo que mudanças conservadores atinjam a sociedade. Por fim, cabe ao cidadão brasileiro reconhecer a comunidade LGBT como algo pertencente à nação. Isso deve ser realizado por meio de campanhas que visem demonstrar a igualdade que deve reinar entre todas as relações humanas. Só assim será possível que se desate os nós da ignorância.