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Enviada em: 11/10/2017

Para o físico alemão Albert Einstein, é mais difícil quebrar um preconceito do que um átomo. Comportamentos de pessoas que tem preconceito por transexuais, travestis e transgêneros ainda estão, lamentavelmente, enraizados em todos as partes do mundo expondo esse grupo a flagrantes desrespeitos de direitos humanos. Atualmente, no Brasil não é diferente. Segundo dados do Relatório Sobre Violência Homofóbica de 2012, foram quase dez mil denúncias de violações de direitos humanos relacionadas à população LGBT. Em vista disso, verifica-se que os hábitos dessa intolerância tem raízes profundas que preservam-se com a invisibilidade desses cidadãos.      De acordo com a fisioterapeuta Karla Bacci, têm-se uma estrutura social que privilegia determinados grupos a outros. Isso acontece em razão da falta de discussão em um sistema intolerante completamente estruturado, hierarquizado e arraigado na sociedade brasileira. Nesse sentido, não existe uma legislação que reconheça os direitos dessas pessoas, uma vez que a ausência dessas leis que garanta o livre exercício da orientação sexual e a vivência da identidade de gênero, gera essa distinção de uma parte de um grupo. Desse modo, ainda que garantido juridicamente a igualdade de direitos independente de raça e sexo, ainda há uma repetição de atos violentos retratados numa sociedade contemporânea como ocorriam em outras épocas do passado.    Em uma segunda análise, percebe-se que esses indivíduos são invisíveis para grande parte da população. Por conseguinte, esses habitantes deduzem que, por estarem em um lugar inferior aos outros, muitas vezes, a discriminação transforma-se até em diversão. Em virtude disso, viram pretexto de riso e gozação, já que esse costume parte do princípio que os LGBTs não possuem valores como pessoa humana e, por isso, podem passar por todo tipo de constrangimento. Dessa forma, começa-se um ciclo e, ao ser julgado ''errado'' ser trans e por existir um modelo de corpo e comportamento, precisam viver escondidos e também serem ''corrigidos'' com violência.     Fica evidente, portanto, que a persistência da transfobia no Brasil é resultado de fatores sociais e comportamentais. Nesse viés, é necessário que o Poder Legislativo aprove uma lei que criminalize casos de discriminação por orientação sexual, com a finalidade de resguardar os direitos dessa população em situação de vulnerabilidade para gerar mudanças nas atitudes dos brasileiros. Ademais, o Ministério da Justiça, em parceria com as mídias, deve investir na capacitação de profissionais por meio de cursos voltados para a defesa dos direitos humanos, de maneira que essas questões sejam indagadas em vários campos da legislação e da comunicação a fim de permitir uma reflexão sobre a representação que se dá a esses grupos. Com essas medidas, quebraremos esse preconceito também.